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Análise

Sucessão de tributos e colagens 'cool', filme de Tarantino é geleia geral do pop

ANDRÉ BARCINSKI ESPECIAL PARA A FOLHA

O cinema sempre foi autorreferente. De Buster Keaton tentando um emprego de cinegrafista em "O Homem das Novidades" (1928) a Godard saudando o cinema B americano em "Acossado" (1960), cineastas sempre homenagearam seus pares.

Mas "Pulp Fiction" foi diferente. O filme não apenas celebrava outros filmes mas também os usava como base de sua estrutura narrativa. É, basicamente, uma sucessão ininterrupta de tributos e colagens, feito por um "nerd" obsessivo e talentoso, que gastou incontáveis noites insones na frente da TV, vendo reprises de filmes obscuros.

A cinefilia de Tarantino não foi cultivada em cineclubes, mas no balcão de uma videolocadora. E seu escopo não era só o cinema, mas a cultura pop como um todo: séries de TV, quadrinhos, literatura "pulp", rock.

"Pulp Fiction" é uma geleia geral do pop. Tem alusões a filmes de kung fu, esquecidos thrillers policiais, diálogos de Elmore Leonard, HQs da "Turma do Archie". Há citações a Godard, Peckinpah, Fellini e Leone. É um filme impossivelmente "cool", síntese de tudo que fez a cabeça de Tarantino.

Depois de "Pulp Fiction", os cinemas foram inundados por filmes violentos de diálogos espertos, cenas de ação coreografadas como balés e enxurradas de citações pop.

Guy Ritchie ("Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes", 1998), Bryan Singer ("Os Suspeitos", 1995), os irmãos Wachowski ("Ligadas pelo Desejo", 1996) e Robert Rodriguez ("A Balada do Pistoleiro", 1995) foram alguns que tiraram o chapéu para Tarantino.


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