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Talentos imortais

Nova Coleção Folha Grandes Astros do Cinema apresenta 25 livros-DVD com um filme e a história de atores eternizados por seu carisma

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um desfile de estrelas chega às bancas no domingo (dia 25), com os dois primeiros volumes da nova Coleção Folha Grandes Astros do Cinema, dedicados ao mítico Cary Grant e à semideusa Ava Gardner. Os adjetivos talvez soem exagerados, mas colam bem aos dois.

Afinal, Grant, vencedor do Oscar honorário em 1970, foi eleito a segunda maior "lenda masculina do cinema americano" pelo American Film Institute, só superado por Humphrey Bogart.

É também citado como um tipo de Charles Chaplin do cinema falado, com atuações calcadas no humor e na agilidade corporal. Os méritos aparecem óbvios em "Levada da Breca" (1938), em que divide a tela com Katharine Hepburn, e que compõe o primeiro volume da coleção.

Já Gardner, que aparece no volume 2 com "Os Amores de Pandora", forjou para si, mais que uma carreira, uma aura: a de mulher fatal, nas telas e fora delas, desejada por todos os homens e mulher de Frank Sinatra.

Na verdade, o tom superlativo é justo para todos os artistas da série, que investiga o processo de divinização de homens e mulheres parecidos com tantos outros, mas dotados de uma certa fotogenia.

"O cinema tinha essa função de criar semideuses. Dizia-se a divina Greta Garbo', o rei Clark Gable'. Codinomes que destacavam essas figuras na multidão", diz o crítico Cássio Starling Carlos, editor da Coleção Folha.

Para ele, a fotogenia permanece mesmo após a perda da juventude. "Burt Lancaster, por exemplo. A beleza muscular dos 40 anos [época em que gravou "A Um Passo da Eternidade", de 1953] é completamente diferente da dos 80. Passa a estar misturada à qualidade dramática."

Lancaster também era um galã quarentão quando fez "Entre Deus e o Pecado" (1960), filme que integra o volume 24.

Havia, inclusive, os que jamais se adequaram aos padrões estéticos e os que fugiam do sistema de construção de estrelas, mas que brilham até hoje.

"Gregory Peck tinha uma questão da figura. Na coleção, queremos entender como essa pessoa, que não tinha o biótipo de beleza, virava estrela. O mesmo para quem não queria ser uma, como Marcello Mastroianni", afirma.

Os livros analisam vida e obra desses artistas, sem se limitar a listar feitos e fatos, como faria uma revista de celebridades.

A ideia, segundo Starling, é destacar "o conflito entre o indivíduo e a indústria que o constrói".

Salta à mente Marilyn Monroe, atriz devorada pelo sistema, que esmagou seu real talento dramático e cômico com a força incontestável da persona criada para ela. Às vezes, brilhar pode custar caro.


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