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Análise

Quinzena dos Realizadores teve mais força que seleção oficial

PEDRO BUTCHER COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CANNES

Há décadas o Festival de Cannes se sustenta como a maior vitrine para o cinema de autor do planeta. Se tantos filmes e diretores sonham chegar lá, a conclusão óbvia seria uma competição apenas com o que há de melhor na produção mundial, correto? Não exatamente.

Por mais que os critérios tenham um caráter subjetivo, às vezes é difícil compreender por que alguns filmes ganham uma vaga na seleção oficial e outros não. Os exemplos mais gritantes, esse ano, foram os de "Captive", de Atom Egoyan, e "The Search", de Michel Hazanavicius.

O fato é que compromissos políticos e de representatividade do "mais importante festival do mundo" acabam comprometendo algumas escolhas, deixando brechas para as mostras paralelas. Esse ano a Quinzena dos Realizadores aproveitou a chance e mostrou um conjunto de filmes respeitável, alguns bem mais fortes que os da competição.

A produção inglesa "Queen and Country", de John Boorman, por exemplo, se revelou mais interessante do que os dois filmes do país apresentados na disputa pela Palma de Ouro ("Mr. Turner", de Mike Leigh, e "Jimmy's Hall", de Ken Loach). Aos 81 anos, o veterano Boorman finalmente conseguiu rodar a continuação de sua obra-prima "Esperança e Glória" (1987). Uma joia de delicadeza, bom humor e crítica política.

Em relação aos filmes americanos, não foi muito diferente: "Whiplash", do jovem Damien Chazelle, de apenas 29 anos, sobre a relação entre um professor de música tirano (J.K. Simmons) e um estudante de bateria (Miles Teller), traz mais vigor e paixão do que os dignos representantes dos EUA em competição ("The Homesman", de Tommy Lee Jones, e "Foxcatcher", de Bennett Miller).

Também na Quinzena, puderam ser vistos o melhor documentário de Cannes, "National Gallery", e o único filme brasileiro no festival este ano, o ótimo "Sem Coração", de Tião e Nara Normande, que acabou levando o prêmio Illy de melhor curta-metragem.


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