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Bailarinas buscam sua dança em viagens

Em cartaz em São Paulo, espetáculo 'A Última Estrada' junta cultura popular brasileira a técnicas estrangeiras

Nova coreografia da Cia Soma, criada no teatro-escola Brincante, pretende mostrar todo o prazer do movimento

IARA BIDERMAN DE SÃO PAULO

Em "A Última Estrada", espetáculo de dança que a Cia. Soma estreou na segunda (26) em São Paulo, Maria Eugênia Almeida e Mariana Abib chegam a um novo destino em sua trajetória.

A dupla de bailarinas da companhia, nascida dentro do teatro-escola Brincante, resolveu juntar o repertório de danças brasileiras do instituto criado pelo artista pernambucano Antonio Nóbrega com a bagagem acumulada em quase seis anos de pesquisas no Brasil e no exterior.

"O Brincante tem um trabalho muito forte com danças e músicas populares. Fomos estudar o que essas manifestações têm a ver conosco, o que queríamos valorizar dessas referências", conta Maria Eugênia, 27, que é filha de Nóbrega.

O trabalho da Soma, desde sua criação em 2008, é baseado em pesquisas e criações que tentam explicar de onde as bailarinas vieram e para onde querem ir.

O destino almejado é contar uma história com o corpo, fazendo da dança algo a mais do que apenas se movimentar com a música.

Elas também querem mostrar como a dança popular é uma forma de brincar sem ser infantil. "É um tipo de brincadeira que é uma suspensão do cotidiano. Queremos mostrar isso de uma forma ao mesmo tempo séria e descontraída", diz Mariana, 26.

A linguagem bebe na fonte da cultura popular sem se prender a formatos fixos. "Eu não sou da terra do maracatu e do frevo, moro em São Paulo, tenho 26 anos. Quero dançar algo que tenha a ver com tudo isso da minha vida", afirma Mariana.

Essa busca fez com que as bailarinas partissem literalmente para a estrada.

Em 2012 elas passaram oito meses viajando pela Europa e pela Índia, em busca de diferentes técnicas e formas de dançar.

Durante a viagem, passaram pelo Trinity Laban Conservatoire, na Inglaterra, o Odin Teatret, na Dinamarca, o Micadanses, na França e o Kerala Kasthakali Center, na Índia.

No conservatório inglês, puderam confirmar o caminho escolhido."Depois de nossa apresentação, um bailarino veio contar que tinha se lembrado por que escolheu dançar: pelo prazer do movimento", lembra Mariana.

O tema de "A Última Estrada" surgiu durante um trabalho de improvisação no teatro Odin, em que um ator dinamarquês contou a fábula do casal que queria viajar em direção ao mar, a história contada com o corpo no espetáculo.

O espetáculo, produzido com financiamento coletivo por meio da comunidade virtual Catarse, também foi feito para viajar.

"Dá para colocar no porta-malas de um carro e montar onde quisermos. O espetáculo cabe em duas caixas, a gente abre, monta e, para acontecer, só precisamos de duas tomadas de 220 volts", afirma Maria Eugênia.


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