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Crítica - Documentário

'Maracanã' respeita a derrota dos brasileiros

Com imagens preciosas, filme exibe a visão uruguaia do 'Maracanazo'

O FATO DE O URUGUAI NÃO TER VENCIDO UMA COPA DESDE ENTÃO TALVEZ EXPLIQUE O TOM SÓBRIO DE UM FILME QUE TRATA DO ÉPICO

JUCA KFOURI COLUNISTA DA FOLHA

"Há quem diga que foi o jogo mais emocionante da história e que deixou sua marca em dois povos." Com essa frase é apresentado, ao som do concerto número 2 de "As Quatro Estações", de Vivaldi, o que as pessoas verão em "Maracanã".

O filme mostra a visão uruguaia do "Maracanazo" de 1950, um filme com imagens preciosas, inéditas e com um texto sensível, coisa de quem sabe ganhar.

Seus autores (Sebastián Bednarik e Andrés Varela) expõem os dois lados, com a alegria de quem triunfou e com o respeito àqueles que perderam. O filme foi apresentado pela primeira vez no estádio Nacional de Montevidéu, cenário da primeira vitória da Celeste em uma Copa do Mundo, em 1930.

Merece ser apresentado também no Maracanã, onde o Uruguai foi bicampeão. Para que os brasileiros não permitam que a história da soberba se repita.

Dizem ainda que se o Brasil fez daquela tragédia o marco para ganhar cinco Copas de lá para cá, um terço das que foram disputadas desde então, o Uruguai jamais se recuperou da vitória.

O fato de o Uruguai não ter vencido nenhum Mundial desde então talvez explique o tom sóbrio de um filme que trata do épico.

Um dos jornalistas ouvidos pelo documentário, Franklin Morales, decano da imprensa uruguaia, acaba de ter seu livro "Maracaná - Los Laberintos del Caracter" ("Maracanã - Os Labirintos do Caráter", R$ 9,99) lançado no Brasil, em e-book, pela Companhia das Letras.

Tanto do filme como do livro emerge a impressionante figura de Obdulio Varela, "El Negro Jefe", o grande capitão que calou 200 mil vozes no estádio e quase 52 milhões de habitantes pelo país.

Obdulio não só recebeu a taça Jules Rimet das mãos do surpreso e perplexo presidente da Fifa, o homem que dava o nome ao troféu, como até mesmo quando a seleção brasileira fez 1 a 0 tratou de esfriar a festa ao impedir o recomeço do jogo.

Sob o pretexto de esperar um intérprete para reclamar com o árbitro inglês de uma suposta irregularidade que ele sabia inexistente, ele ganhou tempo para a seleção uruguaia. Tanto o filme quanto o livro são excelentes.


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