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Poeta e ativista negra, morre a americana Maya Angelou, aos 86

Escritora fez retrato mordaz da discriminação racial nos EUA em seus livros autobiográficos

Angelou foi próxima de líderes como Martin Luther King e Malcolm X; em 1993, leu poema na posse de Bill Clinton

DE SÃO PAULO

A escritora, poeta e ativista dos direitos humanos Maya Angelou morreu nesta quarta (28) em sua casa. Ela tinha 86 anos e vivia em Winston-Salem, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

Angelou foi encontrada morta pela manhã por sua cuidadora. A causa da morte ainda não foi determinada, mas sua empresária, Helen Brann, disse que a escritora estava com a saúde frágil e tinha problemas do coração.

Em 1969, Angelou lançou o livro de memórias "Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola", relato mordaz da discriminação racial que ela sofreu na infância, nos EUA.

"Se crescer é doloroso para uma garota negra do Sul, ter consciência de seu deslocamento é a ferrugem na navalha que ameaça o pescoço. É um insulto desnecessário", escreveu ela.

No Brasil, a obra foi publicada em 1996 pela editora José Olympio e pode ser encontrada em sebos do país.

Em 2010, foi publicado o livro de memórias "Carta a Minha Filha" (ed. Nova Fronteira), sobre acertos, erros e dificuldades de sua vida.

Em 1993, ela ganhou notoriedade ao ler o poema "On the Pulse of Morning" na cerimônia de posse do presidente Bill Clinton, que, como ela, cresceu no ambiente rural do Estado do Arkansas.

Em 2011, o presidente Barack Obama a condecorou com a medalha da liberdade, mais alta honraria do país concedida a civis.

Angelou nasceu em 4 de abril de 1928 em St. Louis, no Missouri, filha de um vendedor com uma enfermeira.

Aos três anos, após a separação dos pais, foi enviada com seu irmão para a casa da avó paterna, Annie Henderson, no Arkansas. Aos sete, foi estuprada pelo namorado da mãe. Relatado em sua autobiografia, o evento traumático levou à morte desse homem, pela qual ela se sentiu responsável e, por isso, ficou cinco anos sem falar.

Angelou foi dançarina, cantora, motorista de ônibus, editora de revista no Egito, atriz, professora e pesquisadora, entre outras atividades.

Nos anos 1960, se aproximou de alguns dos maiores líderes negros do século 20, como Martin Luther King Jr. e Malcolm X.

Além dos dez volumes de poesia e da obra autobiográfica, Angelou publicou livros sobre gastronomia, compôs canções para musicais e filmes e escreveu ou colaborou para roteiros de mais de uma dezena de peças, filmes e programas de TV.

"Ela escrevia sempre com muita beleza e vivacidade. Narrava com humor até as passagens mais dolorosas da sua vida", diz Mail Marques de Azevedo, professora de Letras da Universidade Federal do Paraná.


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