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'Não trabalho com diretor ruim', diz Huppert

Atriz francesa vive uma vítima de derrame no filme 'Uma Relação Delicada'

GUILHERME GENESTRETI DE SÃO PAULO

"Levante um pouco a câmera. E essas luzes, vão ficar aí?"

Sentada numa poltrona no saguão de um hotel cinco estrelas em São Paulo, a atriz francesa Isabelle Huppert, 61, dá ordens para a equipe de filmagem que acompanha a entrevista. "Mas aqui é impossível de conversar: passa muita gente, me atrapalha."

Recordista em indicações ao César --o Oscar do cinema francês--, tendo disputado o prêmio 14 vezes em 38 anos, a atriz carrega a fama de ter um temperamento difícil no set.

"Não faço filme com diretor ruim", diz à Folha. "O que faz um bom diretor? É um misto de intuição e técnica. É quem sabe posicionar a câmera no lugar certo para que a cena expresse algo específico."

Em abril, ela veio a São Paulo para o Festival Varilux de Cinema Francês, que exibiu o drama "Uma Relação Delicada", de Catherine Breillat, que estreou no último dia 22.

No filme, ela interpreta uma cineasta que sofre um acidente vascular cerebral e perde parte dos movimentos. "Sou um cadáver pela metade", diz a personagem, mancando e com punho cerrado.

No longa, inspirado no caso real vivido pela diretora do filme, a protagonista conhece Vilko (o rapper francês Kool Shen), um vigarista cheio de si. Ela vê nele o tipo ideal para seu próximo filme, mas passa a ser chantageada pelo escroque, que se aproveita de sua debilidade física.

"É mais uma dependência mútua do que unilateral", diz Huppert. "Ela está fraca, mas o domina intelectualmente."

A atriz foi a primeira escolha para o papel. "É a mais intelectual das atrizes francesas", diz a diretora. "Eu sabia que ela me surpreenderia."

"O enfrentamento foi violento", conta Breillat. "Nos confrontamos por dois dias para determinar o papel de cada uma. A autora sou eu, ela tinha que se dobrar a essa hierarquia."


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