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Desabamento ocorrido em 1971 inspira instalação

DE SÃO PAULO

Enquanto uma primeira mostra póstuma joga luz sobre a obra mais brilhante de Oscar Niemeyer, outra exposição num prédio desenhado por ele relembra uma tragédia agora esquecida.

Numa grande instalação no Pivô, centro cultural que ocupa um andar do edifício Copan, no centro de São Paulo, a artista Lais Myrrha reconstrói os escombros de um parque de exposições desenhado por Niemeyer em Belo Horizonte, que desabou durante as obras, matando mais de cem pessoas.

Myrrha espalhou vigas de concreto de mentira por todo o espaço, numa overdose de estruturas que contrastam com o silêncio em torno do episódio ocorrido em 1971, conhecido como a tragédia da Gameleira, o bairro que abrigava a obra.

"Essa é uma história que ficou debaixo do pano", diz Myrrha. "Sumiu da biografia do Niemeyer e da contabilidade dos desastres da ditadura. Não sobrou nenhuma planta desse projeto."

Nesse ponto, Myrrha retoma em chave contundente aquilo que vem fazendo em toda a sua obra, uma crítica ao fracasso do modernismo como filosofia e estilo arquitetônico utópico.

"Decidi usar esse espaço para desenterrar questões sobre o acidente", conta Myrrha. "Não é para criticar o Niemeyer, mas tem a ver com o esquecimento, com o rumo que as coisas tomaram. É uma transposição no tempo e no espaço."


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