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Jorge Drexler explora ritmos para dançar

'Bailar en la Cueva' é desafio para o cantor uruguaio, famoso por suas canções calmas

DE SÃO PAULO

O cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler, 49, normalmente associado a shows calmos, com cada um na sua cadeira, quer agora ver seu público de pé, dançando.

Em "Bailar en la Cueva" (dançar na caverna, em português), seu novo álbum, Drexler explora ritmos latinos e se joga em um desafio pessoal. Dançar, admite, nunca foi o seu forte.

Há uma década, na canção "Don de Fluir" (do CD "Eco"), cravava: "Los músicos no bailamos/Gracias por insistir" (nós, músicos, não dançamos/ obrigado por insistir).

Hoje, os versos não seriam escritos. "Fico muito feliz de poder dizer que essa ideia caducou", conta à Folha, por telefone, falando de Madri, cidade onde vive.

Agora, perto de completar 50 anos, o vencedor do Oscar de melhor canção, em 2005, por "Al Otro Lado del Río" (trilha de "Diários de Motocicleta", de Walter Salles) diz estar descobrindo uma nova relação com o corpo.

A mudança, diz Drexler, é também uma forma de exorcizar bloqueios da infância e da adolescência. "Cresci em um país muito rígido corporalmente. No Uruguai, nos anos 1970 e 1980, a dança, que é uma experiência libertadora, não era bem vista pela ditadura", conta.

Para marcar a nova fase, topou até fazer um clipe em que dança durante quase quatro minutos seguidos, para "Universos Paralelos", hit romântico do novo álbum.

"Posso dizer que foi a primeira vez que gostei de fazer um videoclipe, mas até chegar a gostar disso tive um trabalho de uma semana com uma coreógrafa, ainda que não se note", gargalha ele, que pretende apresentar o disco no Brasil em novembro, ainda sem datas definidas.

O Brasil, aliás, é representado em "Bailar en la Cueva" por Caetano Veloso, um dos ídolos de Drexler.

O baiano, em parceria inédita, participa cantando na faixa "Bolivia". A canção, em contraste com o ritmo alegre de uma cumbia, conta a saga dos avós e do pai do músico, que fugiram do nazismo alemão e se refugiaram na Bolívia em 1939.

"Minha ideia foi tirar a cumbia de seu contexto habitual para narrar uma tragédia histórica. Moreno Veloso [filho mais velho de Caetano] me disse que essa música é uma cumbia tropicalista. Adorei a definição e já a adotei."


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