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Stacey Kent grava álbum dedicado à bossa nova
Americana lança 'The Changing Lights', com clássicos brasileiros
Roberto Menescal participa da faixa 'A Tarde', composição inédita do músico inglês Jim Tomlinson
"The Changing Lights", novo trabalho da cantora e compositora americana Stacey Kent, pode ser encarado por alguns como um álbum "brasileiro", por incluir várias músicas de autores daqui.
Kent, no entanto, não gosta dessa definição. Em entrevista por telefone à Folha, na qual ela respondeu às perguntas em inglês e em português (muito bem falado), ela explica por quê.
"Não é um álbum brasileiro, pois não sou brasileira, mas é um álbum que mostra como sinto o Brasil. A música deste país tem uma forte influência no que faço pela melodia doce, melancólica, que transmite essa noção de saudade no coração".
Kent já fez vários shows por aqui e lançou em 2013 um álbum gravado ao vivo em parceria com Marcos Valle. Agora, ela conta com o violão de Roberto Menescal no clássico da bossa nova "O Barquinho" (do próprio Menescal) e na inédita "A Tarde".
"Sou muito sortuda por ter gravado com Marcos Valle e agora com o Roberto Menescal", afirma a cantora.
Ela conta que conheceu Menescal após um show e que se surpreendeu ao descobrir que o músico conhecia seus discos e era seu fã.
"Ficamos amigos imediatamente, e quando o convidei para gravar comigo, ele não só topou como quis participar também de A Tarde'."
Esta música, para Kent, é uma espécie de resumo de seu conceito de como criar uma canção.
"A Tarde" é uma parceria do seu marido, Jim Tomlinson, que é inglês, com o letrista português Antonio Madeira. É interpretada pela cantora americana com o acompanhamento do violão de Menescal.
"É uma canção internacional, que fala de um tema universal, pois a condição humana é a mesma em todo o mundo", afirma Kent.
"The Changing Lights" também inclui versões de músicas de Tom Jobim, Vinicius de Moraes, João Bosco, Marcos Valle e Dori Caymmi.
MÃE NATUREZA
Kent diz adorar os temas ecológicos incluídos em algumas letras das canções brasileiras que gravou neste e em outros trabalhos realizados em seus 17 anos de carreira.
"Sou muito inspirada pela força da mãe natureza, e músicas como O Barquinho' e Águas de Março' [gravada por ela em um álbum anterior] usam esse tema com muita beleza. Tem um encanto, um feitiço. Menescal e Jobim falam sobre esses e outros assuntos com otimismo equilibrado e com uma certa melancolia que me fascina".
