Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Mostra de fotografias no Masp desvenda metrópoles globais

Exposição reúne 70 imagens de cidades como São Paulo e Paris

SILAS MARTÍ DE SÃO PAULO

Metonímia, ou a parte pelo todo, é o nome do jogo. Fotografias de metrópoles globais, de São Paulo a Paris, agora na mostra "Cidades Invisíveis" no Masp, tentam sintetizar o espírito desses lugares com uma única visão mais ou menos arrebatadora.

No conjunto de 70 imagens de 50 dos maiores fotógrafos do país, não há um fio condutor muito claro --talvez pela pluralidade das cidades que revelam, talvez pela elasticidade intencional da curadoria de Teixeira Coelho.

Mas pouco importa. Da mesma forma que o Masp exibe no segundo andar seu acervo permanente, a exposição no subsolo do museu pinça algumas obras-primas de sua coleção fotográfica.

E ela é ampla. Na mostra, há desde clássicos, como as imagens da construção de Brasília, a exemplos da novíssima geração, como a obra do grupo Cia de Foto sobre a 25 de Março, em São Paulo.

Um dos maiores fotógrafos da metrópole, Cristiano Mascaro, aliás, parece ecoar em imagens das escadarias da Galeria do Rock e da avenida Nove de Julho o brutalismo da arquitetura paulista --linhas duras que desenham uma cidade um tanto estéril.

Mas a cidade também vibra. No flagra de um senhor de chapéu esperando o metrô, de Egberto Nogueira, nos tobogãs do Sesc Itaquera, clicados por Tuca Vieira, ou no vaivém de viciados na cracolândia, de Marlene Bergamo.

Duas séries, de Nair Benedicto e Carlos Goldgrub, dos tempos em que outdoors cobriam São Paulo, chamam a atenção --Benedicto mostra garotos no Minhocão diante de um anúncio de lingerie, num contraponto entre inocência e luxúria, e Goldgrub revela olhos anônimos fitando tudo do alto dos prédios.

Em imagens dos anos 1950, José Medeiros, um dos mais célebres fotógrafos da extinta revista "O Cruzeiro", retrata o Rio da bossa nova, de senhoras bem vestidas diante do morro Dois Irmãos a um rapaz nadando em Ipanema.

Também é dele e está na mostra uma imagem que sintetiza mudanças no país --um índio na Amazônia ao lado de um avião, símbolo da indústria que transformaria uma nação ainda rural e selvagem.

Enquanto isso, modernistas como Thomaz Farkas, German Lorca e Geraldo de Barros ergueram as fundações da fotografia moderna em São Paulo, com imagens de forte contraste e ângulos retos.

Lorca mostra dois meninos brincando diante de uma fachada sem ornamentos, e Farkas transforma a empena cega de um prédio numa tela abstrata, onde a sombra de um poste e fios elétricos se projeta como fantasma.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página