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Novo selo aproveita boa fase do mercado de livro religioso

Editora Planeta investe em obras evangélicas sobre família, amor e carreira

Em dois volumes, a biografia do bispo Edir Macedo, 'Nada a Perder', vendeu dois milhões de exemplares

MARCO RODRIGO ALMEIDA DE SÃO PAULO

O mercado do livro religioso no Brasil vai ganhar um reforço nos próximos dias. A editora Planeta lança até o fim do mês o selo evangélico Pórtico.

Quatro títulos serão lançados neste ano, entre eles "365 Orações para Dormir Melhor" e "10 Mandamentos para Vencer na Vida". No ano que vem, a editora publica aqui a americana Karen Kingsbury, best-seller da literatura cristã, com 25 milhões de livros vendidos.

O Pórtico será o segundo selo de perfil evangélico ligado a um grande grupo editorial secular no Brasil --o outro é o Thomas Nelson, da Ediouro.

Estima-se que o Brasil tenha por volta de cem editoras evangélicas, dos mais variados tamanhos e denominações. Embora não existam dados concretos sobre os faturamentos, as casas ouvidas pela Folha contam que o mercado passa por um bom momento.

A última pesquisa de Produção e Vendas do Mercado Editorial Brasileiro diz que o setor religioso como um todo faturou R$ 458 milhões em 2012. Mas profissionais da área contam que só as editores evangélicas arrecadaram mais que isso.

Poucas editoras cristãs participam de pesquisas de mercado. Grande parte de seus livros são vendidos em igrejas, templos, centros espirituais e livrarias especializadas, em geral não computados pelas listas dos mais vendidos.

"As editoras religiosas são mais fechadas, não têm interesse em divulgar esses dados, até para não chamar atenção da concorrência para um mercado que dominam", conta o consultor editorial Marcos Simas.

A Planeta experimentou a força do mercado evangélico ao publicar "Nada a Perder", biografia do bispo Edir Macedo. Os dois volumes venderam mais de 2 milhões de exemplares.

"Existe um nicho grande. O público evangélico cresceu muito, economicamente e culturalmente", diz Soraia Reis, diretora editorial da Planeta.

O selo Pórtico quer alcançar público evangélico amplo, independentemente de sua denominação religiosa. Os temas serão família, trabalho, casamento e relacionamentos.

Para implementar o projeto, a Planeta formou uma equipe com conhecimento evangélico, liderada pelo editor André Fonseca e Marcos Simas, ambos presbiterianos.

"O objetivo não é converter nem evangelizar ninguém, mas divulgar os valores desse meio. Nosso diferencial para as demais editoras religiosas será essa bagagem da Planeta: teremos infraestrutura e distribuição melhores", diz Fonseca.

DIÁLOGO AMPLO

A Thomas Nelson Brasil, fruto de uma parceria iniciada em 2007 entre a editora homônima americana (uma das líderes do mercado de livros religiosos no mundo) e a brasileira Ediouro, também busca conteúdos mais neutros para dialogar com os evangélicos em geral.

"Casamento Blindado", do casal Renato (bispo da Universal do Reino de Deus) e Cristiane Cardoso (filha de Edir Macedo), é o maior sucesso da editora: vendeu 2 milhões de livros. Apresenta orientações sobre a vida conjugal, tendo como base a espiritualidade.

"Em geral, o leitor evangélico é pouco afeito à ficção. O mercado é forte para livros mais objetivos, com foco no desenvolvimento espiritual", diz Omar de Souza, diretor editorial da Thomas Nelson.

Segundo Souza, que é da denominação batista, a editora teve um crescimento forte nos últimos quatro anos --cerca de 30% apenas em 2013.

"É fundamental ter uma equipe evangélica ou que conheça bem esse grupo. O nosso terreno é muito delicado. Existem várias vertentes entre os evangélicos. Não publicaria um livro que questionasse o posicionamento de alguma igreja."

A Associação Nacional das Livrarias Evangélicas afirma que há 2.000 pontos de vendas no Brasil. Segundo o presidente da associação, Wilson Pereira Júnior, o faturamento deles vem crescendo 10% ao ano desde 2010. No ano passado arrecadaram R$ 1 bilhão.

"É um mercado em que vale a pena apostar, mas é preciso torná-lo mais profissional. Muitas livrarias são amadoras, acham que basta orar que o negócio vai prosperar", diz ele.


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