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Suspense enfrenta problema de identidade

Em cartaz, filme 'O Homem Duplo' se assemelha a 'O Duplo', que estreia em setembro

MATHEUS MAGENTA EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

O suspense "O Homem Duplicado", em cartaz no país, enfrenta dois problemas de identidade. O primeiro é de seu protagonista, que surta ao descobrir um homem igual a ele. O segundo se dá com o próprio filme, exemplo do fenômeno de obras parecidas e lançadas na mesma época: a comédia "O Duplo" chega aos cinemas em setembro.

Os filmes adaptam livros de José Saramago ("O Homem Duplicado", de 2002) e Fiódor Dostoiévski, ("O Duplo", de 1846).

Na obra inspirada no português, o professor Adam Bell (Jake Gyllenhaal) descobre num filme seu "doppelgänger" (termo clássico que remete à palavra sósia em alemão). A trama gira em torno das implicações sociais e existenciais de um encontro desses para as cópias.

Para o roteirista Javier Gullón, a busca da própria identidade é uma questão ubíqua que ganhou novos contornos com a internet. "Mudou o jeito como nos comunicamos com os outros e, mais importante, com nós mesmos. O filme discute quem sou eu?'. Ou melhor quem somos nós?' Mas também por que estou fazendo isso' e por que decidi tomar essa decisão?'."

Em um artigo sobre o livro de Saramago, o professor da PUC-RJ Alexandre Montaury afirma que o homem moderno enfrenta a contradição entre uma padronização de gestos e desejos presentes na vida em sociedade e uma propaganda capitalista que clama por originalidade.

O diretor inglês Richard Ayoade vê traços dessa reflexão em seu filme "O Duplo". No longa, o protagonista solitário é ofuscado por seu duplo e oposto na empresa onde trabalha e no amor platônico que cultiva pela vizinha.

"Gosto da ideia de que se você for tão insignificante quanto esse personagem, ninguém notará a diferença [entre os dois], só você. Me parece engraçado e impossível, mas sinto que seria verdadeiro", disse Ayoade.

Em sua comédia sombria, o protagonista parece por vezes querer provar que já existia antes de sua cópia surgir, como se sua existência tivesse início somente depois que sua identidade se perdeu.


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