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Crítica - Musical

Longa oscila entre vários estilos que não se comunicam

RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA

No futuro, o filme "Jersey Boys - Em Busca da Música" será lembrado, possivelmente, como um ponto fora da curva dentro da obra do cineasta Clint Eastwood.

Para quem acompanha a carreira do cineasta, não há nada de estranho no fato de ele dirigir uma adaptação de um musical de sucesso da Broadway. Porque Clint é, entre outras coisas, um apaixonado por música.

Em relação a outros filmes do cineasta, o que há de estranho aqui é uma frouxidão do resultado final, uma incapacidade de definir o que é essencial para a história, de impor um olhar sobre o material, sem impor um estilo.

"Jersey Boys" mostra uma alternância entre os estilos filme de máfia sobre pequenos gângsteres de Nova Jersey, "Sessão da Tarde" sobre a ascensão do grupo Four Seasons ao estrelato e drama familiar sobre a relação entre o vocalista do grupo, Frankie Valli, e a sua mulher alcoólatra e a sua filha drogada.

O problema é que esses três filmes não se comunicam e, por vezes, até se sabotam (o melodrama, superficial, é engolido pela música, que é irresistível).

Mais grave, os três estilos soam genéricos, dominados pelos seus clichês, com cara de telefilme --e, no caso do entrecho sobre a máfia, nos pegamos secretamente desejando que o diretor fosse Martin Scorsese.

Outra questão problemática é a escolha dos atores do musical para protagonizar o filme. Sem dúvida, eles sabem cantar, mas não seguram um close em um momento de emoção, o que vale sobretudo para John Lloyd Young no papel de Frankie Valli.

Ao final, resta ao filme o prazer da música. O que é muito, em se tratando do pop perfeito dos Four Seasons. Mas pouquíssimo para Clint Eastwood.


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