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Crítica

Cineasta cria poesia intensa a partir de mundo pequeno

INÁCIO ARAUJO CRÍTICO DA FOLHA

Godard escreveu certa vez que Douglas Sirk se sentia mais à vontade quanto pior fosse o roteiro que trabalhava. É possível. Em todo caso, existe algo de profundamente agônico em cada melodrama deste diretor alemão.

Talvez não seja por acaso: viu ruir seus sonhos progressistas, teve de fugir dos nazistas, teve de enfrentar a hostilidade do diretor Harry Cohn na Columbia... Não foi um mundo róseo, o seu.

Assim também não é róseo o mundo para a viúva do filme "Tudo o que o Céu Permite" (TC Cult, 0h20; 12 anos), que se apaixona por um jardineiro-paisagista-ecologista.

As amigas, a cidade, os filhos: não há quem não se volte contra ela, por vergonha ou preconceito. Sim, pois foi esse mundo mirrado que Sirk acabou condenado a descrever. Desse nada produziu uma poesia intensa, excessiva e bela.


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