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Crítica show

Jorge Mautner e Caetano se divertem em noite festiva

(THALES DE MENEZES) EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

Jorge Mautner e Caetano Veloso protagonizaram uma celebração de ótima MPB na sexta-feira (27).

O show lavou a alma do público que lotou o Sesc Pinheiros na primeira noite de três apresentações seguidas da dupla --mas ninguém ali se divertiu mais do que as estrelas sobre o palco.

Mautner, 73, era "oficialmente" o dono do show, que serviu para marcar o lançamento de uma caixa com a reedição de seus três primeiros álbuns, gravados entre 1972 e 1976. Mas a presença de Caetano, 71, não se limitou a uma atuação de convidado. O que se viu foi mesmo uma dupla, entrosada por uma amizade de 45 anos.

As primeiras músicas, extraídas do repertório dos discos da caixa, foram defendidas por um Mautner alegre e, como é seu hábito, falando pelos cotovelos.

Cada comentário do artista sobre a música seguinte era apenas uma deixa para suas opiniões otimistas e, por vezes, delirantes sobre o Brasil e sua cultura.

Acompanhado pelos músicos da banda Tono, entre eles o guitarrista Bem, filho do "compadre" Gilberto Gil, Mautner mostrou a voz em boa forma e empunhou o inseparável violino em momentos de empolgação como "Quero Ser Locomotiva" e "Herói das Estrelas", linda parceria com o grande amigo Nelson Jacobina (1953-2012).

"LINDO"

Nesse momento, todos deixaram o palco para a entrada de Caetano Veloso, que cantou ao violão suas composições "Odeio", "Trilhos Urbanos" e "Sampa" diante de uma plateia que não conteve os gritinhos de "lindo". O cantor não se deixou fotografar.

A delicadeza da voz forte de Caetano nesse set foi o último momento sereno do show.

Com a volta de Mautner e banda ao palco, os dois cantores repassaram faixas do disco que fizeram juntos em 2002, "Eu Não Peço Desculpa", levando o público a uma pequena catarse.

A dupla engatou uma conversa engraçada ao introduzir "O Vampiro", escrita por Mautner em 1958. "O mesmo ano em que João Gilberto fez Chega de Saudade'", disparou Caetano, que completou: "O Brasil não é fácil, não!".

"Cajuína", "Todo Errado", "Manjar de Reis" e, claro, "Maracatu Atômico" formaram uma trilha de festa até um final carnavalesco, que teve no bis "Sassaricando" e "Chiquita Bacana". O arremate de alegria de uma noite muito especial.


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