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Análise

Paul Mazursky captou espírito de seu tempo e de sua cidade

DO EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

Paul Mazursky, morto na última segunda-feira (30), aos 84 anos, fez parte de um grupo de cineastas que soube captar o espírito de Nova York e transformá-lo em filmes memoráveis. Gente como ele, Woody Allen, Spike Lee e Martin Scorsese.

Nascido no Brooklyn, como Allen, também injetou em seus filmes boas doses do humor judeu americano.

Mas Mazursky foi insuperável na capacidade de escrever roteiros sobre as mudanças comportamentais mais profundas em sua época.

Deixando de lado sua carreira de ator razoável em 76 filmes, seu currículo de 16 longas como diretor pode ser muito bem representado por quatro obras-primas.

"Bob, Carol, Ted e Alice" ("Bob & Carol & Ted & Alice", 1969), sua estreia, é um panorama de reações das pessoas que não sabiam ainda como lidar com a revolução sexual da década de 1960.

Quem reteve o filme na memória afetiva pode ter esquecido alguns dos diálogos cínicos e geniais, mas não da troca de casais preconizada no título e no cartaz do filme, com Elliott Gould, Robert Culp, Dyan Cannon e uma Natalie Wood tão linda que dói.

"Harry, o Amigo de Tonto" ("Harry and Tonto", 1972) é a visão de Mazursky sobre o "drop out", a ideia de largar tudo e sair errante numa viagem de autoconhecimento, verdadeira obsessão daquele tempo hippie.

Art Carney (1918-2003) ganhou o Oscar no papel de Harry, aposentado nova-iorquino que cruza os Estados Unidos com seu gato, Tonto.

"Próxima Parada, Bairro Boêmio" ("Next Stop: Greenwich Village", 1978) mostra um jovem que deixa a família judia no Brooklin, em 1953, para tentar carreira de ator no bairro dos artistas. O melhor filme de Mazursky, uma autobiografia encantora.

"Uma Mulher Descasada" ("An Unmarried Woman", 1978) foi o grande momento de Jill Clayburgh. Ela é Erica, que depois de 16 anos de casamento é trocada por uma mulher muito mais jovem. O diretor fez um filme adiante de seu tempo, tratando com sensibilidade e humor uma nova condição feminina.

Vale assistir a qualquer filme assinado por Mazursky, quatro vezes indicado ao Oscar de roteirista, mas estes resumem com perfeição uma obra singular no cinema.


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