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Análise
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Lista de nomes tem poucas novidades e mostra uma TV mais 'existencialista'
LUCIANA COELHO COLUNISTA DA FOLHASalvo uma lufada de ar novo aqui e ali, com a esperta "Silicon Valley" (HBO) entre as melhores comédias e a incrível "Fargo" (FX, ainda sem canal no Brasil) entre as minisséries, a lista do Emmy divulgada nesta quinta (10) pouco abraça novidades.
Formatos tradicionais como "Modern Family" (ABC/Fox), "The Big Bang Theory" (CBS/Warner e SBT), "Game of Thrones" (HBO) e "Downton Abbey" (PBS/GNT) continuam firmes, mostrando que sitcoms baseadas em rusgas familiares e amadurecimento tardio e dramas épicos/de época, quando bem executados, terão lugar na lista talvez para sempre.
Mesmice à parte, este parece ser o ano das "jornadas pessoais", com a contemplação de uma TV mais, digamos, existencialista.
"True Detective" (HBO) é uma série sobre o turbilhão interno de dois homens, mais do que um drama policial.
"Breaking Bad" (AMC/AXN e Record), em seu ano derradeiro, sempre foi sobre a transmutação do professor Walter White (Bryan Cranston) em megatraficante.
E "House of Cards" (Netflix) é tanto sobre poder quanto sobre a cobiça de Frank Underwood (Kevin Spacey), enquanto "Mad Men" (AMC/HBO e Cultura) mergulha em queda livre no poço sem fundo que é a personalidade de Don Draper (Jon Hamm).
COMÉDIAS
De certa forma, esse tom existencialista se reflete até nas comédias, com "Orange Is the New Black" (Netflix) e, em menor grau, "Silicon Valley". Nessa categoria, aliás, é um prazer ver a Netflix e a HBO desafiarem os canais da TV aberta.
Se há inovação nas telas, ela vem daí. "Veep", também do canal a cabo e já uma veterana entre os indicados, ajuda a subverter a ordem.
Não há, porém, prêmio de ousadia. Se houvesse, seria disputado por "True Detective" e "Fargo", por exigirem do espectador mais do que cinco neurônios sem, contudo, cansá-lo, e por "Comedians in Cars Getting Coffee".
A empreitada do genial Jerry Seinfeld, desta vez somente para a internet, é lembrada na lista na peculiar categoria "Melhor Programa Curto de Não-Ficção".
A ausência maior? "Masters of Sex" (Showtime/HBO), representada apenas por Lizzy Caplan, indicada a melhor atriz de drama, e pelo discreto e sublime Beau Bridges entre os atores coadjuvantes.
