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Crítica - Dança

Bailarino japonês Min Tanaka vai do sublime à vanguarda vazia de sentido

PAULA LEITE EDITORA DO "EMPREENDEDOR SOCIAL"

Envolto em uma roupa acinzentada disforme, o dançarino japonês Min Tanaka começa seu espetáculo com movimentos lentos e espasmódicos, sem música, em um palco negro sem adornos.

Ele diz dançar de improviso, inspirado pelo lugar em que se encontra. Nas sombras do palco, às vezes mostra só uma perna, só duas mãos. Os dedos tremem e os pés se viram, dando a impressão de fragilidade, mas todos os movimentos são precisos.

Aos poucos, Tanaka vai se desvencilhando dos panos e seus movimentos também ficam mais abertos e rápidos, mas mantêm a estranheza.

Parece que o objetivo do dançarino é expressar o que vem da alma sem intermédio do cérebro: não há preocupação com beleza dos movimentos ou com qualquer tipo de estrutura narrativa.

O que vem da alma de Tanaka não são emoções fluidas e sim sentimentos quebrados. Sua dança não se deixa organizar. Sua precisão, no entanto, é reconfortante, pois não há erros e nada é por acaso.

O risco para o artista é deixar-se levar a um extremo em que a performance passa a ser apenas a tentativa de provar formalmente o quanto é possível tirar da dança todos os elementos que a caracterizam.

A julgar pelo público que o viu na noite de terça (15) no Sesc Consolação, sua dança ou é difícil de assistir ou é profundamente emocionante.

Em certos momentos, sua dança é sublime, traduzindo com o corpo abismos de fragilidade, morte e dor. Em outros, parece ser a vanguarda só pela vanguarda.


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