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Pátria de sapatilhas

Maior do mundo em nº de participantes, Festival de Dança de Joinville começa na quarta e lança plano para se esparramar por todas as regiões do país

IARA BIDERMAN DE SÃO PAULO

O maior festival de dança do mundo começa na quarta (23), em Santa Catarina, sul do Brasil. O adjetivo de grandeza é oficial: segundo o "Guinness", o evento de Joinville é o que reúne mais gente: 6.500, entre estudantes e profissionais, mais o público que lota a arena de 4.000 lugares nos 11 dias de festa.

Nesta 32ª edição, o objetivo do evento é ultrapassar as fronteiras da cidade onde é realizado para chegar a todas as regiões do país.

A novidade é o projeto "Curto-circuito", que será lançado durante o festival. Em parceria com o Itaú Cultural, o festival vai realizar dez residências de dança nas cinco regiões do país. Na residência, profissionais ligados ao festival se mudam para outra cidade para trabalhar com grupos locais.

"Vamos levar informação e formação para escolas de dança espalhadas pelo país. Não queremos ficar restritos à cidade base do festival nem deixar ele morrer na noite do encerramento" diz Ely Diniz da Silva Filho, presidente do Instituto Festival de Dança.

A expansão de fronteiras já havia começado no ano passado, quando a noite dos campeões, espetáculo com os grupos vencedores em cada gênero, foi apresentada em São Paulo. Neste ano, a apresentação paulista vai ser no dia 15 de agosto, no Auditório Ibirapuera.

Além do projeto de residências, outra novidade é a mostra de dança Estímulo.

Desde 2000, fazia parte da programação uma mostra não competitiva de dança contemporânea, com espetáculos de grupos profissionais. Na nova mostra, os espetáculos foram montados por grupos amadores que se destacaram nas competições de edições anteriores.

Os curadores e a coordenação do festival fizeram um levantamento dos grupos mais premiados nos últimos cinco anos e ofereceram apoio para que montassem espetáculos completos --as apresentações para competição têm, no máximo, dez minutos.

"Percebemos talentos surgindo que precisavam de oportunidade para avançar. É uma tentativa de investir em novos criadores", diz Sigrid Nora, professora e pesquisadora de dança que faz parte da equipe de curadores do festival.

FERVEÇÃO

Um dos motivos para o sucesso do evento é o fato de a dança transbordar dos palcos e da programação oficial e se espalhar por toda a cidade.

"Em outros festivais o bailarino vai, se apresenta e volta para casa. Em Joinville, fica dez dias, conhece gente, abre portas. Ferve dança por todo o lado", diz o coreógrafo paulista Ricardo Scheir, diretor do grupo Pavilhão D.

Scheir, 52, já esteve algumas vezes nos festivais de Nova York e de Lausanne (Suíça) e competiu no primeiro festival de Joinville, em 1983. Desde então, só não participou do evento brasileiro nos quatro anos em que trabalhou fora do país.

A diversidade de gêneros também atrai público. "A programação é eclética, aberta a todas as tendências. Dá conta do que está acontecendo em dança em todos os cantos do país", acredita Iracity Cardoso, diretora do Balé da Cidade de São Paulo e uma das curadoras do festival.

Segundo Silva Filho, Joinville foi o primeiro festival a misturar todos os gêneros.

"Cada tribo' da dança costuma olhar só para o seu gênero, então a ideia é misturar tudo para as pessoas verem coisas diferentes. E há também a preocupação de fazer um festival que não seja só para iniciados em dança", diz o presidente do instituto, Ely Diniz da Silva Filho.

O custo de toda essa festa está em torno de R$ 4,8 milhões. Segundo Silva Filho, 40% vem da venda de ingressos e da feira de produtos para bailarinos, 20% do Governo de Santa Catarina e 40% de lei Rouanet e patrocínio direto.


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