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Obra faraônica de Jeff Koons diverte NY

Retrospectiva dos 35 anos de carreira do americano é a maior, mais cara e última mostra do Whitney no prédio atual

Considerado kitsch e comercial, trabalho do artista atingiu o maior preço da história para alguém vivo: US$ 58 mi

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

A primeira retrospectiva do americano Jeff Koons, que acontece no Whitney Museum, é uma chance para checar os adjetivos ligados ao seu trabalho: provocador, pop, kitsch ou comercial?

Está lá o "Balloon Dog", balão em forma de cão de 3 m de altura, em aço polido, obra mais cara da história para um artista vivo: um dos cinco exemplares foi leiloado em 2013 por US$ 58 milhões (quase R$ 130 milhões).

No andar de baixo do prédio estão as controversas imagens do artista com a ex-atriz pornô Cicciolina (Ilona Staller), com quem ele se casou logo após o trabalho, intitulado "Made in Heaven" (feito no céu), em 1989.

Esta parte da mostra, com conteúdo "explicitamente sexual", como alerta a placa, fica ao lado de espelhos em forma de bichos e do enorme Michael Jackson de porcelana com seu macaco de estimação. Harmonia só possível no universo de Koons.

"A retrospectiva mostra como seus icônicos objetos conversam entre si, como parte de uma história convincente e multifacetada", diz o curador, Scott Rothkopf.

A exposição é a maior e a mais cara feita no museu. Foi escolhida para a despedida do prédio brutalista no Upper East Side. Em 2015, o Whitney se muda para o Meatpacking District, no sul de Manhattan.

Para Adam Weinberg, diretor do museu, Koons é um dos artistas determinantes deste tempo. "É impossível imaginar as últimas três décadas sem seu trabalho invadindo nossa consciência."

PERÍODO DIFÍCIL

Um destaque é a obra que Koons, 59, levou 20 anos para concluir. "Play-Doh", nome de uma marca de massa de modelar, imita um enorme monte de massinha colorida. "A ideia veio de uma pilha feita por seu filho Ludwig. O interesse de Koons vem da liberdade de expressão que o objeto permite à criança", explica Rothkopf.

Ludwig, filho de Koons e Cicciolina, inspirou muitas outras obras, como as da série "Celebration", de 1994.

"Quando fiz esses trabalhos, passava por um período difícil. Meu filho tinha sido levado de volta a Roma e não tive a habilidade de continuar me comunicando com ele", diz Koons, que se separou da atriz pouco depois de um ano de casamento.

"Senti que poderia mostrar a ele, por meio das obras, o quanto pensava nele."

Essas peças extrapolaram o museu e se espalharam por Nova York. No Rockefeller Center, há uma versão gigante de "Split Rocker", feita com 50 mil flores, representando uma cadeira de balanço.

A exposição vai até 19 de outubro em Nova York. Depois segue para o Pompidou, em Paris (de 26/11 a 27/4/15).


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