Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Crítica serial

LUCIANA COELHO coelho.l@uol.com.br

'The Strain' resgata vampiros para adultos

Sem romantizações, série de Guillermo del Toro dá verniz científico e tom soturno a clichês do horror

DEVE TER sido Klaus Kinski, no "Nosferatu" de Werner Herzog, o último a encarnar um vampiro repulsivo nas telas. Passadas três décadas e meia, coube ao cineasta Guillermo del Toro, com sua nova "The Strain", nos lembrar que um dos mitos mais persistentes da cultura ocidental é bem mais que um rostinho bonito.

O mexicano Del Toro deu ao cinema o lindo "O Labirinto do Fauno" (2006) e "Hellboy" (2004). Fantasia e alegoria política são seu forte.

Desta vez, ele conta a história de um infectologista workaholic encarregado de conter um vírus que faz de suas vítimas vampiros. Some a isso uma conspiração internacional, nazistas e a obsessão americana com ataques biológicos, ponha em Nova York, e eis "The Strain", que o FX americano estreou neste mês.

A ideia é bem-vinda após os reinados de Anne Rice e Stephenie Meyer, "Buffy", "True Blood" e uma infinidade de cópias teen, no mínimo, por mostrar que histórias de vampiros podem ser adultas.

Mas "The Strain" vai além. Talvez seja o verniz científico que Del Toro e seu parceiro na concepção da série de 13 episódios, Chuck Hogan, deram à produção; talvez sejam os problemas que o protagonista Ephraim Goodweather (Corey Stoll, o Peter Russo de "House of Cards") tem como pai divorciado; ou até a evocação do nazismo, tão distante da geração "Crepúsculo".

Principalmente, conta a favor a crueza com que a narrativa é conduzida, com algum deboche e sem romantizações. Evocações de um ataque terrorista ou um cataclismo, medos tão palpáveis hoje, são imediatas; o apelo à ficção apocalíptica, de um futuro sombrio no qual poucos sobreviverão, também.

A estreia, há três semanas, atraiu quase 8 milhões de espectadores, média boa para a TV paga nos EUA.

"The Strain" (algo como "a cepa") é inspirada nos livros da "Trilogia da Escuridão" (ed. Rocco), escrita pela mesma dupla da série.

Começa com a chegada de um avião vindo de Berlim ao aeroporto de Nova York no qual, após o pouso, constata-se que todos os ocupantes estão mortos. O personagem de Stoll (irreconhecível de peruca) é convocado para descobrir que praga atacou a aeronave e contê-la.

Na carga, veio um caixão que se torna logo o maior suspeito. Encomendada por uma corporação sinistra e por um ricaço moribundo, a caixa --e a criatura horrenda dentro-- é velha conhecida do dono de uma loja de penhores, que tem número de campo de concentração tatuado no braço e faz bico de caça-vampiro.

O elenco tem David Bradley (o Walder Frey de "Game of Thrones") como o caçador, Sean Astin ("O Senhor dos Anéis") e a argentina Mia Maestro. A produção inclui Carlton Cuse ("Lost" e "Bates Motel").

Com esse roteiro, Del Toro conta que lhe sugeriram que transformasse tudo em comédia. Não quis. Não que "The Strain" se leve muito a sério. Mas, para o diretor, terror é coisa de gente grande.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página