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Perda na juventude é tema de 'Submarino'

Peça é composta por 11 cenas curtas que mostram adolescentes enfrentando a morte de um colega de curso de natação

Para o espetáculo, que estreia no sábado (2) em São Paulo, elenco ensaiou durante um mês dentro da água

GABRIELA MELLÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A piscina é cenográfica. Não possui uma gota de água. Mesmo assim dá a sensação de que "Submarino", peça de Leonardo Moreira que estreia neste sábado (2), se passa em um mundo submerso.

"Parti de uma imagem que é impossível reproduzir. A indicação do autor diz: Todos mergulham ao mesmo tempo'. Como fazer isso em um palco?", se perguntou o diretor Pedro Granato.

A resposta veio após um mês de ensaios numa piscina real. A experiência foi fundamental para encontrar a plasticidade do espetáculo, assim como as sensações e os movimentos lentos e fluídos dos personagens, próprios de quando se está na água.

"Também foi importante para o casal central sentir como é se beijar embaixo d'água, o sentimento que esse esconderijo' traz", complementa o diretor, que cria a piscina cenográfica servindo-se de uma iluminação de diferentes tons de azul e de um cenário composto por uma plataforma de madeira que sugere oito raias, forradas com lona de piscina.

Composta por 11 cenas curtas, a peça apresenta um ano na vida de adolescentes de um curso de natação, os quais se veem obrigados a lidar com a morte de um dos colegas da aula.

'RITO DE PASSAGEM'

"Submarino' fala do tempo, do amadurecimento, do aprendizado gerado através da perda. A água, de algum modo, acho que se conecta a essa ideia de algo transitório, que se desmorona, se desfaz e se refaz", diz Moreira, autor da Cia. Hiato, considerado um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira atual.

Já Granato define a peça como um rito de passagem. "Ela discute como podemos transformar dor em memória e como o tempo altera pessoas e relações."

A passagem de tempo aparece implícita nos diálogos contínuos. "A sensação de ausência vai desaparecendo com o tempo, virando uma memória, sendo esquecida. E a vida continua. É ao mesmo tempo violento e bonito que a vida continue após uma grande perda. Como é trágico e ao mesmo tempo patético que o distanciamento da dor não a elimine, mas a torne comum", diz Moreira.


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