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Chico para todos

Peças baseadas na obra do compositor incluem texto futurista, drama delicado e versão sombria de ópera

DE SÃO PAULO

Os 70 anos de Chico Buarque, completados em junho, serão celebrados nos palcos paulistanos com espetáculos bastante ecléticos: há uma obra autoral futurista, um texto original sobre uma trupe de teatro, uma versão sombria da "Ópera do Malandro" e um colorido e delicado "Grande Circo Místico".

A paulistana Cia. da Revista é responsável por duas das peças: a versão da "Ópera" e a inédita "Reconstrução". Kleber Montanheiro, diretor do grupo, diz que queria comemorar a data com um texto próprio e um de Chico. Escolheu "A Ópera" pela atualidade de seu tema central.

A história da peça gira em torno de uma família formada pelo cafetão Duran, sua mulher, Vitória, e sua filha Teresinha, que se envolve com o trambiqueiro Max.

Para Montanheiro, não existe hoje o malandro romântico do terno branco, mas ainda há corrupção e relações mediadas pelo dinheiro.

Na peça da Cia. da Revista, todos os personagens se vestem de preto. "Não é uma montagem festiva, não quis figurinos coloridinhos. É uma peça agressiva, que fala de bandidos. Quis jogar tinta nisso", afirma Montanheiro.

Embora seja ambientada durante uma guerra, "O Grande Circo Místico", de João Fonseca, segue outro rumo e aposta na leveza, com cenários coloridos, figurinos circenses e muita dança.

O texto conta a história de Frederico, um aristocrata que se apaixona pela equilibrista Beatriz e é forçado a se separar dela para lutar na guerra.

"Infelizmente, os temas da peça ainda fazem sentido hoje. Basta ver o que estamos vivendo na Faixa de Gaza e na Ucrânia", diz Fonseca. "Além disso, o espetáculo fala mesmo é da beleza e do sentido da arte versus a guerra."

A peça, inspirada pelo poema homônimo de Jorge de Lima e musicada por Chico e Edu Lobo, se destaca pelo cenário, que muda no decorrer de suas três horas de duração.

As coreografias elaboradas, ensaiadas por três meses, são outro ponto forte. Uma das cenas mais bonitas da peça mostra Beatriz domando cavalos, interpretados por atores que dançam com ela montada em seus ombros.

Já a dupla formada por Charles Möeller e Claudio Botelho escreveu um texto novo. "Somos buarquemaníacos', queríamos homenageá-lo e ao mesmo tempo falar do teatro brasileiro de companhias", conta Botelho.

Seu espetáculo "Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos" narra a saga de uma trupe teatral. Os atores interpretam personagens dessa história geral e também das peças que encenam em diversas cidades.

É teatro dentro do teatro, costurado por canções de Chico. "Não poderíamos deixar de fora seus grandes hits, como Roda Viva', mas há também pérolas bastante desconhecidas do seu repertório e a nunca gravada Invicta'", diz Botelho.

"Reconstrução", da Cia. da Revista, segue a mesma linha. Escrito em conjunto pelos membros do grupo ao longo de dez meses, o texto tem personagens saídos de composições de Chico.

As canções ganharam arranjos modernos, com batidas de um DJ que fica em cena com os músicos --em sintonia com os figurinos futuristas da peça, que retrata uma invasão de ratos na cidade.


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