Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Não quero ser 'daqui' ou 'de lá', afirma Alice Braga

Atriz brasileira emendou projetos em quatro países nos últimos dois anos

Artista parte do júri do Festival de Locarno diz não sentir julgamentos ou cobranças por sucesso no exterior

LUCAS NEVES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LOCARNO (SUÍÇA)

Alice Braga, 31, está em muitos (todos?) os lugares ao mesmo tempo. Cada vez mais "globetrotter", a atriz emendou projetos em quatro países nos últimos dois anos. Mas diz: "Não quero ser uma atriz daqui' ou de lá'".

Nesta quinta-feira (7), a reportagem a apanhou em Locarno, cidade suíça de 15 mil habitantes em que ela dá expediente até o dia 16 como jurada da principal competição do festival local, um dos mais importantes do mundo.

Mas a conversa logo pulou para as margens argentinas do rio Paraná, onde ela rodou "El Ardor", apresentado há dois meses em Cannes.

A Austrália do ainda inédito "Kill Me Three Times" (mate-me três vezes) surgiu na resposta seguinte e, mais adiante, a capital fluminense do tempo de João do Rio (1881-1921), cenário de seu primeiro trabalho de época, "Muitos Homens num Só".

Isso para não falar do périplo do casal de "Latitudes", de Felipe Braga, (2013) por Veneza, Istambul e Paris, entre outras cidades.

"Penso em personagens, não nos países de onde eles vêm", diz Alice, que diz ainda estranhar quando fãs vêm cumprimentá-la pela carreira em Hollywood.

"Morro de vergonha quando pessoas que nunca vi me falam: Tenho orgulho de você'. Mas fico feliz, porque, de certa forma, significa que se sentem representadas. Nunca percebi cobrança [por sucesso no exterior] ou julgamento, só torcida."

Em Locarno, Alice integra o júri no ano em que o Brasil está sob os holofotes da seção Carte Blanche.

Trata-se de um balcão de negócios e oportunidades que exibe sete filmes recém-concluídos a agentes do mercado, com a ideia de catapultá-los para grandes festivais e circuitos comerciais internacionais --arenas em que a produção nacional tem notória dificuldade em emplacar.

"Falta ao nosso cinema um apoio aos projetos desde a fase de desenvolvimento do roteiro, e não só a partir do meio do processo, por meio das leis de incentivo. O roteiro é a base de tudo", afirma a atriz.

Arriscar-se como roteirista não está nos planos dela por ora ("Gosto de discutir ideias, mas acho que não tenho talento para sentar e escrever"), mas Alice conta ter vontade de tentar a mão na direção.

Se for para filmar algo como o colosso filipino de cinco horas e meia que ela se preparava para assistir na quinta-feira, vai sobrar bem pouco tempo para seguir sua volta ao mundo.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página