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Livro procura face cotidiana de artistas

'Fama & Loucura' compila trechos curiosos de entrevistas feitas pelo jornalista Neil Strauss em 20 anos de carreira

Conversas com Courtney Love, que o prendeu em seu apartamento, e Tom Cruise, com quem foi à igreja, estão na coletânea

FERNANDA REIS DE SÃO PAULO

A entrevista que Courtney Love deu ao jornalista Neil Strauss para a revista "Rolling Stone" deveria ter durado uma hora. Acabou se estendendo por três dias, nos quais a viúva de Kurt Cobain o prendeu no apartamento, pegou seu dinheiro e tentou espetá-lo com agulhas de acupuntura.

A história é uma das 228 selecionadas por Strauss para integrar o livro de entrevistas "Fama & Loucura", lançado agora no Brasil. A compilação reúne pequenos momentos de conversas que ele teve com músicos e atores em mais de 20 anos de carreira.

Strauss conta que sempre sonhou em publicar uma coletânea de suas melhores reportagens. Ao relê-las, no entanto, não ficou satisfeito.

"O jornalismo trata de momentos específicos e acho que um livro deve ser atemporal", diz. Resolveu publicar trechos das entrevistas em que os personagens "revelassem a sua alma". "Peguei algo de humano em cada celebridade. Isso sim é eterno", filosofa.

Para dar essa sensação de atemporalidade, o americano não colocou no livro as datas de publicação de cada entrevista. "Preferi dar dicas. Digo, por exemplo, que naquela época alguém estava lançando seu primeiro disco."

O jornalista pinçou, de cada entrevista, pequenos trechos curiosos. Em conversa com a cantora Britney Spears, por exemplo, usa uma técnica de "leitura de mentes" que aprendeu em uma pesquisa sobre como conquistar mulheres. Com o arisco Tom Cruise, fala sobre a cientologia e vai à igreja com ele e sua mãe.

Segundo o autor, no início de sua carreira era mais fácil ter momentos espontâneos com artistas. "Há dez anos eles não tinham tanto acesso aos fãs. Não havia redes sociais. Como repórter, você era um mensageiro para o público", diz. "Agora eles não precisam mais de jornalistas."

Strauss conta que, para deixar os entrevistados confortáveis, gosta de observá-los fazendo suas atividades rotineiras. "As pessoas têm medo do que você pode escrever sobre elas. Assim veem que não sou uma ameaça."

Os personagens mais difíceis, diz, são os viciados. "Pessoas inteligentes ficam estúpidas sob o efeito de drogas", diz. Falar com Courtney Love foi um desafio. "A última coisa que você quer é que uma estrela do rock enfie uma agulha em você."

Strauss lamenta não ter conseguido falar com Michael Jackson. "Gostaria de humanizá-lo. Quando ele estava vivo era tratado como um louco que molestava crianças", afirma.


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