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Festival do Fado reúne o pop e a tradição

Segunda edição do evento no Brasil escala artistas de rock que reformatam o gênero e fadistas fiéis a suas regras

Os intérpretes Camané, Carminho e Raquel Tavares se apresentam, além dos roqueiros do projeto Amália Hoje

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

Depois de casa cheia no ano passado, o Festival de Fado volta a ocupar palcos no Rio e em São Paulo, a partir deste sábado (16).

São quatro atrações, em duas noites de shows em cada cidade. É um fado jovem. Com exceção do cantor Camané, 46, os outros artistas estão entre seus 20 e 30 anos.

Há uma mistura de tradição e inovação. Camané e as cantoras Carminho e Raquel Tavares seguem as regras do fado, acompanhados por guitarras portuguesas e violas.

Mas o festival mostra amanhã o projeto Amália Hoje, que reúne nomes do pop português --e até do heavy metal lusitano-- em um show dedicado a canções celebrizadas pela fadista Amália Rodrigues (1920-1999), a maior cantora da história de seu país.

"Amália Rodrigues é nossa grande estrela pop. Podemos falar dela como falamos de Madonna ou Lady Gaga", disse à Folha Nuno Gonçalves, diretor musical do projeto e arranjador das versões modernizadas do fado que são apresentadas.

Ele já esteve no Brasil com sua banda de rock, The Gift. Em uma das visitas, o grupo tocou no Rock in Rio de 2011. A cantora da Hoje (é o nome da banda, Amália Hoje é a denominação do projeto) é Sônia Tavares, também do Gift.

Completam o line-up Paulo Praça (ex-Turbo Junkie e Plaza) e Felipe Ribeiro, da Moonspell ("desde sempre a melhor banda de heavy metal de Portugal", define Nuno).

Eles gravaram o álbum "Amália Hoje" em 2009, para marcar os dez anos de morte da cantora. Partiram em turnê por um ano e meio, de enorme sucesso, e lançaram um segundo disco, ao vivo.

Para dar uma ideia do êxito do primeiro álbum, Nuno lembra que ele não deixou o primeiro lugar dos mais vendidos na semana da morte de Michael Jackson (1958-2009), que devolveu os álbuns do cantor ao top das paradas de mais de 30 países.

De volta a suas carreiras, se reúnem para retomar o projeto quando recebem convites de outros países.

"Mostramos a novas gerações que Amália e o fado não eram coisas do passado, não apenas tristeza, melancolia e angústia", diz Nuno, mesmo ressaltando que também foi influenciado por um pop depressivo, de bandas como Joy Division e Cure.

A modernização do gênero ainda é vista com ressalvas por fãs do fado tradicional. "É uma facção mais conservadora, fundamentalista do fado", brinca Nuno.

Esses devem gostar mais de Carminho, que canta também na noite de abertura.

Conhecida no Brasil por show e pelo álbum "Alma", que traz participações de Chico Buarque, Nana Caymmi e Milton Nascimento, é uma intérprete poderosa do fado tradicional.


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