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Para especialistas, legislação prejudica visão de espetáculos

Teatros J. Safra e Net têm problemas ligados à exigência de parapeitos de mais de um metro de altura nos balcões

Arquitetos classificam norma brasileira, mais rigorosa que a dos EUA e da Inglaterra, como 'aberração'

DE SÃO PAULO

A falta de normas específicas para a construção de casas de espetáculos no Brasil prejudica os dois teatros avaliados pela Folha, J. Safra e Net São Paulo.

De acordo com os arquitetos especializados em teatros José Augusto Nepomuceno e Julio Gaspar, ambos têm problemas de visibilidade no balcão, em que estão os assentos superiores.

Hoje, essas construções utilizam as normas estaduais do Corpo de Bombeiros. Em São Paulo, elas determinam que edificações com capacidade para até 2.500 pessoas devem ter parapeitos (guarda-corpos) de altura mínima de 1,10 metros do piso.

A determinação é a mesma para edifícios residenciais e comerciais, sem distinção quanto à finalidade.

"No Safra o diâmetro dos tubos de proteção do parapeito é muito grande e prejudica a visão", diz Nepomuceno. A par do defeito, o teatro cobra metade do valor do ingresso nos assentos prejudicados.

No Net, a solução adotada foi o parapeito de vidro que, segundo os arquitetos, coloca o espectador numa espécie de janela, refletindo luz e prejudicando o som para atividades de escuta mais delicada.

O teatro afirma, em nota, que a opção pelo vidro foi feita "primando pela segurança, pelo respeito à legislação vigente e pela visibilidade do espaço em questão". Não há desconto para os assentos localizados diante dos vidros.

"Ser obrigado a aplicar essa abordagem em teatros é uma aberração arquitetônica. Por esta visão local, derivada de parapeitos para pessoas em pé, e não sentadas, nenhum teatro internacional de referência seria aprovado", afirma Nepomuceno.

Para comparação, o Internacional Building Code, usado principalmente nos Estados Unidos, determina como altura aceitável nesses casos 66 centímetros.

Na Inglaterra, a medida exigida é de 79 centímetros.


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