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Quarteto de Cordas toca obras brasileiras

Peças de Villa-Lobos, Camargo Guarnieri e Osvaldo Lacerda serão executadas nesta quinta, na Sala do Conservatório

Espaço onde o grupo se apresenta é de 1896 e já foi sede de conservatório dirigido por Mário de Andrade

GISLAINE GUTIERRE DE SÃO PAULO

O Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo faz, nesta quinta (28), às 20h, um concerto só com músicas brasileiras. Camargo Guarnieri, Villa-Lobos e Osvaldo Lacerda estão no programa levado à Sala do Conservatório, na Praça das Artes, centro da capital.

A apresentação integra uma das duas séries que formam a temporada do grupo. Mas, para o violista Marcelo Jaffé, esta récita tem um aspecto que a torna especial: as coincidências que unem os compositores e o espaço que há dois anos é a sede do quarteto.

Como diretor do departamento de Cultura da cidade, Mário de Andrade (1893-1945) criou o Quarteto de Cordas em 1935. "O objetivo, àquela época, já era olhar para o Brasil, para a música nacional", diz o violista do grupo.

Mais tarde, o escritor modernista se tornou diretor do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, que funcionava na sala onde o grupo tocará. O prédio é de 1896.

"Camargo Guarnieri foi um discípulo de Mário e é outro grande compositor, ao lado de Villa-Lobos", afirma Jaffé. Lacerda (1927-2011) foi aluno de Guarnieri (1907-1993).

De Guarnieri, o público ouvirá uma "brincadeira organizada" no terceiro movimento do "Quarteto nº 2".

"Tem a ver com festa do interior. Os violinos vão tocando com sonoridade que remete às rabecas e o cello faz sons muitas vezes fora de hora', então você tem uma sensação de brincadeira organizada constante", diz Jaffé.

A peça tem a justaposição de sons e ritmos diferentes ao mesmo tempo. "Camargo Guarnieri é absurdamente rico e elaborado quando faz isso. Ele gosta de transgredir e muitas vezes camuflar o aspecto folclórico nessa técnica", comenta o violista.

De Lacerda, o "Quarteto nº 1" começa de forma preguiçosa, para depois desembocar num segundo movimento seresteiro e finalizar com espírito de festa. "É uma festa mais nordestina, com o ritmo puxado para um baiãozinho."

"Canto Lírico", de Villa-Lobos (1887-1959), vai soar familiar para os brasileiros, na opinião de Jaffé. "É a mesma sensação de ouvir O Trenzinho do Caipira'."

Segundo Jaffé, essa temporada tem levado o público a mudar seus conceitos em relação à música brasileira. "No começo, vieram me dizer que programa brasileiro era chato", diz. "Hoje já tem quem até prefira ouvir obras nacionais."

O Quarteto de Cordas é formado por Betina Stegmann e Nelson Rios (violinos), Robert Suetholz (violoncelo) e por Jaffé, na viola.


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