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Mehldau faz duo no piano com Kevin Hays

Jazzista americano improvisa sobre obra de Patrick Zimmerli em show com o conterrâneo no sábado (30), em SP

Instrumentistas, que se conhecem desde jovens, mostram na Sala São Paulo essência do disco 'Modern Music', de 2011

SIDNEY MOLINA CRÍTICO DA FOLHA

Brad Mehldau volta à Sala São Paulo. O pianista americano veio para três recitais acústicos a dois pianos com o seu conterrâneo Kevin Hays. Eles mostram a essência do projeto "Modern Music", que gerou um CD em 2011.

Tanto o disco como o show partem de arranjos e obras concebidas para eles pelo compositor Patrick Zimmerli. Os três são da mesma geração e se conheceram jovens.

Na última quinta (28) o duo tocou dez peças, tendo como espinha dorsal três composições de Zimmerli: "Generatrix", "Modern Music" e "Crazy Quilt". Não faltaram também temas dos pianistas ("Unrequited", de Mehldau) e uma comovente versão de "Retrato em Branco e Preto", de Tom Jobim (1927-1994).

"O fato de Zimmerli ser o compositor de várias peças do CD fez com que ele tivesse ideias sobre como deveríamos abordar a sua música", disse Mehldau à Folha.

Sobre a relação entre escrita e improvisação, afirmou que o desafio é "deixar intacta a arquitetura das composições de Pat, o que permite escutar a estrutura e as ideias de sua escrita. Frequentemente isso significa tocar menos e deixar mais espaço".

"Posso escutar muita influência de Kevin em minha própria maneira de tocar, já que ele foi um dos primeiros pianistas que ouvi quando cheguei a Nova York, em 1988. Eu o vi atuando com diferentes grupos, e sempre tentei absorver o que ele fazia."

Mehldau define a cena atual do jazz da seguinte forma: "Muitos grandes músicos de diferentes idades, vindos de diferentes países, e muitos jovens inovando, principalmente no ritmo, a partir de referências de suas próprias culturas".

Provocado a dar um conselho aos jovens aspirantes, salientou o equilíbrio necessário entre estudo e liberdade. "Absorva o máximo que puder de seus professores, mas depois deixe tudo de lado."

"Não se aprisione no ensino. Como disse Buda, a jangada serve para te conduzir ao outro lado do rio, mas ao chegar lá deve abandoná-la. Levá-la seria apenas pesado e te deixaria cansado."


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