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Televisão

Globo leva 'Sex & the City' para a favela

Criado por Miguel Falabella, 'Sexo e as Negas' mostra conflitos de quatro amigas de Cordovil, na zona norte do Rio

Experiência de atrizes em musicais fez com que autor incluísse clipes musicais no fim dos episódios da série

VITOR MORENO DE SÃO PAULO

Esqueça os sapatos Manolo Blahnik, os brindes com Cosmopolitan e a entrada VIP nos endereços mais badalados de Nova York. As protagonistas de "Sexo e as Negas", que estreia na Globo em setembro, passam longe do glamour que fazia a cabeça das personagens da série "Sex & the City" (1998-2004). Mas nem por isso são menos interessantes.

Zulma (Karin Hils), Tilde (Corina Sabbas), Soraia (Maria Bia) e Lia (Lilian Valeska) vivem conflitos parecidos com os de Carrie (Sarah Jessica Parker) e companhia, mas o cenário é o complexo da Cidade Alta, no bairro de Cordovil, na zona norte do Rio.

"Eu falo de mulheres que, por acaso, moram em uma comunidade, mas que querem ficar bonitas, querem arrumar homens que as amem e que cuidem de suas possíveis crias", explica o autor Miguel Falabella. "É como qualquer outra mulher no mundo."

Ele conta que a ideia do programa surgiu quando visitou o local a convite da camareira que o acompanha, Nieta, que vive lá. Passou a observar as mulheres do local, "vibrantes, extremamente arrumadas e donas de outra relação com o corpo".

Assim como na série americana, cada uma das amigas tem um perfil definido: Zulma é descolada; Tilde, romântica; Soraia é a devoradora de homens; Lia, a batalhadora. "Escrevi os papéis para cada uma das atrizes", diz Falabella, que já havia trabalhado com todas elas em musicais.

A experiência, aliás, fez com que ele incluísse um clipe musical ao final de cada programa --a canção sempre tem a ver com o tema que norteia o episódio, como preconceito, mobilidade e cabelos.

A produção marca também a volta da atriz Claudia Jimenez à TV, após problemas de saúde, como a dona do bar onde as amigas se reúnem.

VIDA PRÓPRIA

Apesar da referência aos arquétipos de "Sex & the City", as atrizes dizem que suas personagens têm vida própria. Durante a preparação, as quatro fizeram laboratório no complexo da Cidade Alta.

"O bacana é que essas mulheres têm uma autoestima muito grande", observa Karin Hils. "Enquanto a gente está preocupada em gastar não sei quanto para se enfeitar, a autoafirmação delas vêm de dentro", diverte-se.

Para Lilian Valeska, as personagens misturam referências da periferia e da classe alta, porque elas "trabalham na zona sul". "Então têm influências que não são apenas do lugar onde moram", diz.

A atriz Maria Bia, comemora o fato de a Globo ter escolhido quatro mulheres negras para protagonizar a atração.

"A gente está levantando a bola dessas mulheres. A série mostra, por exemplo, que você pode ter cabelo crespo e bonito. Eu sentia --e sinto-- falta dessas referências."

Já Corina Sabbas destaca que a série levanta também a questão da amizade feminina. "Não acredito nessa história de que mulher não consegue ser amiga de outra mulher", afirma. "Essa cumplicidade que elas têm na série a gente tem na vida também."


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