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Gabriela Duarte leva Bergman aos palcos

Após ver 'Através de um Espelho' nos EUA, atriz resolveu montar a peça em São Paulo

FERNANDA REIS DE SÃO PAULO

Karin chega com o pai, o irmão e o marido à ilha em que passava as férias na infância. Animada, faz planos para o jantar, distribui tarefas, comemora. À primeira vista, é uma viagem familiar comum. Mas há uma tensão no ar.

Logo na primeira cena da peça "Através de um Espelho", o público nota que, por trás da fachada feliz, esconde-se algum problema.

Aos poucos, as verdadeiras facetas dos quatro se revelam. Karin (Gabriela Duarte) acabou de sair de um hospital psiquiátrico e sua doença não dá sinal de melhoras, para preocupação do marido protetor (Marcos Suchara).

Max (Lucas Lentini), o irmão, sofre pela aprovação do pai (Nelson Baskerville), um escritor frio que parece só estar ali por obrigação.

O pesado texto deu origem a um filme homônimo de Ingmar Bergman, em 1961, e a uma peça de teatro em Nova York, à qual Gabriela assistiu, "por acaso", há três anos.

"Saí do teatro muito tocada, mas não deprimida", conta. "Fiquei um ano e meio com a ideia voltando na cabeça. Minha intuição dizia que valia a pena voltar ao teatro para fazer aquilo."

Sua última passagem pelos palcos havia sido em "A Garota do Adeus", em 2012, uma comédia "leve e romântica". A atriz queria, desta vez, fazer algo diferente.

Com os direitos de adaptação em mãos, chamou Ulysses Cruz para a direção. Ao embarcar no projeto, ele começou a assistir ao filme de Bergman. Viu só os 15 minutos iniciais, antes de desistir.

"O filme é muito lento, altamente elitista, sofisticado e profundamente chato", afirma Cruz. "Se eu visse, correria sérios riscos de me influenciar. Foi importante, mas se perdeu no tempo."

Cruz tirou do texto explicações médicas para a doença de Karin, "que só interessam a um público que conheça o assunto". Também colocou muita música na montagem, "para ficar mais palatável"

"E fico desesperadamente buscando o humor. Espero conseguir. Toda saga humana é carregada de humor. Somos ridículos."


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