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Filme sobre vingança abre Mostra de SP

'Relatos Selvagens', aplaudido em Cannes e coproduzido por Pedro Almodóvar, amarra seis histórias de humor negro

Produção com ator Ricardo Darín será exibida na abertura do festival de cinema, que começa em 16/10

RODRIGO SALEM COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE TORONTO (CANADÁ)

Se a Argentina foi à final da Copa do Mundo no Brasil, por que não poderia abrir a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo?

Pois é exatamente isso que acontecerá na 38ª edição do evento cinematográfico mais respeitado do país: o filme argentino "Relatos Selvagens", dirigido por Damián Szifrón, foi escolhido para abrir a mostra, que vai de 16 a 29/10.

A escolha não é um acirramento da disputa entre os dois países. "Relatos..." foi o único longa sul-americano na disputa pela Palma de Ouro, no último Festival de Cannes, em maio, e chega ao Festival de Toronto com aura de possível candidato ao Oscar.

Para isso, conta com distribuição da Warner e com o fato de ter batido os recordes de bilheteria na Argentina, levando cerca de 500 mil pessoas aos cinemas em um fim de semana --o recorde anterior era de "Um Time Show de Bola", animação de Juan José Campanella, com 417 mil.

Não é difícil entender o sucesso crítico (o filme foi aplaudido repetidas vezes em Cannes) e financeiro de "Relatos Selvagens", que estreia em 23/10 no circuito brasileiro.

Szifrón criou seis histórias sobre vingança, um dos temas mais glorificados do cinema, equilibrando humor negro e roteiro bem escrito. "Gosto de café sem açúcar. Quanto mais amargo, melhor", brinca o cineasta de 39 anos.

Os seis relatos selvagens começam com uma trágica "coincidência" a bordo de um avião em que todos os passageiros conhecem uma pessoa em comum. Passa pela trama de um motorista que destrata outro na estrada e, claro, tem um conto com o onipresente Ricardo Darín enfrentando a burocracia de Buenos Aires.

"Comecei com as imagens de alguns problemas em minha cabeça e deixei essas histórias ganharem espaço", conta o argentino. "Percebi que estavam conectadas e que havia um longa nelas."

ALMODÓVAR

"Pensei em fazer um filme espetáculo, como um show de rock. Há várias músicas, mas elas fazem parte de um mesmo artista. Não me senti como diretor, mas como DJ", diz ele.

Mas esse DJ teve um "roqueiro" mais velho por trás. O espanhol Pedro Almodóvar junto com seu irmão, Augustín, coproduziram o projeto.

"Pedro abriu muitas portas para o filme porque as pessoas tendem a olhar com mais carinho quando um cineasta consagrado tira um tempo para bancar o projeto de um novato", conta.

"Ele também foi importante para me deixar mais confiante na minha direção e porque foi generoso ao me passar todos os seus contatos."

Almodóvar ganhará uma retrospectiva e assinará o pôster desta edição da Mostra --Augustín também confirmou presença na abertura do evento.

Szifrón, fanático por "O Poderoso Chefão" ("Um nível acima de qualquer outro filme") e pelo "Superman" de Richard Donner ("Minha primeira memória na vida"), aproveita Toronto para gerar mais burburinho em cima de sua comédia e, quem sabe, divulgar uma continuação.

"Eu tinha mais cinco histórias que não filmei em Relatos Selvagens', porque eram sobre crimes perfeitos. Quem sabe não as uso?", divaga o argentino. "Mas posso criar novas. Tenho 30 ideias na cabeça. Não seria difícil."


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