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Tipinhos de NY

Terninhos, vestidos florais e looks esportivos dominam semana de moda da cidade, mas nas ruas impera a volúpia de Kim Kardashian

PEDRO DINIZ ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

Ela não está na primeira fila dos desfiles chiques. Seu corpo voluptuoso, escancarado em vestidos curtos que marcam seios e glúteos, também lhe impede de subir na passarela. Mas Kimberly "Kim" Kardashian está na cabeça dos estilistas, no corpo das fashionistas e, como um fenômeno social, redefine o conceito de sucesso da classe média americana.

Recém-casada com o rapper Kanye West, estrela do próprio reality show (o "Keeping up with the Kardashians", do canal E!), protagonista de "sex tape" vazada na internet e campeã de selfies no Instagram, Kardashian é amada pelas jovens sem convite na porta do Lincoln Center, local da maioria dos desfiles da semana de moda de Nova York.

Vestida com um top cropped e saia de cintura alta, a estudante Danielle Jones, 17, iria, após selfies com uma amiga, comprar roupas na Dash. A butique, na região do Soho, vende a linha de Kim, a Kardashian Kollection. "Eu amo a Kim. Ela é meu ícone de estilo", diz Jones.

O "Kim way of life" não está explícito e tampouco é assumido na passarela nova-iorquina, reino de três estilos bem definidos na temporada de verão 2015: o "ladylike", o "preppy" e o esporte chique.

O padrão dessa lady é comportado e bebe da fonte do romantismo dos anos 1950 e suas saias mídi. Agora, é remixada em peças mais soltas do corpo, com traços de 1960.

No auge da doçura, a mocinha apareceu renovada, na segunda (8), nos vestidos florais e nos borrifos aquarelados das roupas da estilista venezuelana Carolina Herrera.

Tribo onipresente, mas algo em baixa em Nova York, os "preppies" (almofadinhas; o termo vem das escolas preparatórias para o vestibular frequentadas pela elite americana) e seus terninhos remontam aos anos 1970.

A estética encontra no estilista Tommy Hilfiger seu maior defensor. Ele diz que Kim é resultado da superexposição promovida pelas mídias sociais e que sua marca tem de se adaptar a isso, mas sem perder a identidade.

A solução foi adicionar em sua coleção alguns shorts curtos e sutiãs de biquíni para suas clientes mais Kim. Em seu desfile, Hilfiger montou um festival de rock típico dos anos 1970, com música ao vivo e flores na passarela.

Ali estavam os casacos fechados de inspiração militar --pense no look dos Beatles no período Sgt. Peppers-- e a alfaiataria própria ao "preppy".

O português Felipe Oliveria Batista, diretor criativo da grife francesa Lacoste, não vê em Kardashian uma ameaça aos bons costumes na moda. "Dirijo uma marca democrática. A cliente da Lacoste, porém, não tem Kim como referência de estilo", diz ele.

Então seria possível a Lacoste, amada por tenistas e melhor imagem do look esportivo do próximo verão, render-se às curvas da Valesca Popozuda do hemisfério norte? "Nunca. Temos de lutar contra isso", brinca Batista.


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