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Miguel Falabella une 'Dom Quixote' a Bispo do Rosário

Musical 'O Homem de La Mancha' traz história de Cervantes com cenários e figurinos inspirados no artista plástico

Adaptação de texto do americano Dale Wasserman, encenada no Brasil nos anos 70, estreia neste sábado

FERNANDA REIS DE SÃO PAULO

Miguel Falabella conta que "O Homem de La Mancha" nunca foi um de seus musicais favoritos. Convidado para dirigi-lo, entretanto, aceitou. Mas quis fazer do seu jeito: transformou o texto do americano Dale Wasserman (1914-2008) sobre o clássico espanhol "Dom Quixote" em um espetáculo brasileiro.

A adaptação estreia neste sábado (13) em São Paulo.

Na trama, o escritor Miguel de Cervantes (1547-1616) chega a um hospício chefiado pelo Governador (Guilherme Sant'Anna), que manda nos pacientes e até nos médicos.

Em seu primeiro dia na instituição, Cervantes (Cleto Baccic) tem todos os seus pertences roubados e pede ao Governador para reaver seu manuscrito. É realizado, então, um julgamento para definir se o escritor merece ou não ter seu texto de volta.

Para convencer o Governador, Cervantes encena a história de seu "Dom Quixote" com os loucos que ali estão internado como atores, mostrando a beleza de seu texto.

A peça já havia sido encenada no Brasil na década de 1970, com Paulo Autran e Bibi Ferreira. A versão que Falabella leva aos palcos agora, contudo, é diferente.

Seu Governador é o artista plástico brasileiro Arthur Bispo do Rosário (morto em 1989), que foi internado no hospício da Praia Vermelha e, mais tarde, na Colônia Juliano Moreira, no Rio.

"Não estava numa onda de pura inquisição espanhola, sabe?", diz Falabella. "Se eu for dirigir um espetáculo, não quero copiar. Não tenho tempo para isso. Prefiro errar."

O diretor conta que, quando foi chamado para participar do projeto, tinha acabado de ir ao Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, no Rio. "Fiquei encantado. E pensei: por que não situar a peça nos anos 1930, com o Bispo como Governador?"

O cenário e os figurinos da peça são inspirados na obra do artista. Navios --tema recorrente de seu trabalho-- passam pelo palco; as paredes têm inscrições, e as roupas, coloridas, são feitas de sucata.

As canções do musical também foram alteradas por Falabella, que manteve as melodias, mas escreveu novas letras. "Só conhecia Sonho Impossível', gravada pela Maria Bethânia. Mas não ia aproveitar só o clássico."

"Como refiz a adaptação inteira, achei que as letras precisavam ser reescritas para se adequar ao texto", diz. "Acho que essa mistura deu muito certo. Ficou brasileiro, bonito. Ficou diferente."


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