Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Crítica - Comédia

Excessos prejudicam peça política de autor romeno

GUSTAVO FIORATTI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A montagem de Miguel Hernandez e André Abujamra para "A História do Comunismo Contada aos Doentes Mentais" patina em um esforço coletivo contínuo de provar criatividade e forjar plasticidade em cena.

O romeno Matéi Visniec, autor do texto, tem como marca escrever parábolas de estruturas simples, salpicadas com fantasia. A história da peça se passa em um país socialista, onde um poeta é contratado pelo diretor de um sanatório público para contar a história da revolução a um grupo de deficientes mentais.

Já no título o autor aponta uma interpretação possível: livros de história apresentam distorções sob a lente das ideologias. Narrar o processo aos lunáticos, que não estão nem aí para interesses políticos, pode ser uma espécie de chave analítica, portanto. Além de tudo, tem humor.

A forma resulta em efeito cômico, claro, porque autores que amam suas culturas são ótimos, mas os que, como Visniec, deixam escapar ressentimento costumam ser melhores ainda.

Talvez a maior dificuldade de encenar este ótimo texto esteja essencialmente em sua simplicidade. Se politicamente sua posição é óbvia, resta esmiuçar sentidos complementares à alegoria. Os psicológicos, talvez.

A nova montagem opta pelo contrário e ressalta o perfil alegórico na atuação. É um caminho, mas os excessos, em alguns pontos, tornam-se redundâncias chatas.

Uma funcionária da equipe do sanatório que mistura posições políticas e desejos sexuais (Nathália Corrêa), por exemplo, precisa ficar o tempo todo apontando a vagina?


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página