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Crítica - Comédia
Trama inconsistente e cheia de clichês carece de humor
ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHAA trama desta comédia para adolescentes não prima pela originalidade: é um road movie em que três amigos (Chay Suede, José Trassi e Paulo Vilela) deixam São Paulo em uma velha Kombi rumo ao Carnaval de Salvador.
O carro quebra, é claro, e eles se envolvem em uma série de situações inesperadas.
Como não podia deixar de ser, há uma garota bonita, interpretada por Paloma Bernardi, e cheiro de sedução no ar.
O filme tem vários estreantes na frente e atrás das câmeras, como o diretor Vitor Mafra, vindo da publicidade, e a dupla de atores principais, Suede e Bernardi, que se destacaram em novelas e cuja popularidade é o principal apelo para atrair o espectador.
AVANÇOS PENOSOS
Apesar do sangue novo, essa turma não consegue ir além dos inúmeros clichês do gênero. As inconsistências do roteiro explicam boa parte das carências da comédia. A mais grave é a dificuldade de trabalhar o humor, que só aparece de maneira pontual.
Além disso, a trama avança penosamente, dando a impressão que o filme é uma sucessão de situações isoladas.
Um bom exemplo disso é a cena do curandeiro (Nando Cunha). Completamente desarticulada da trama, é gratuita e sem graça, assim como a perturbação que subitamente acomete Burunga (Trassi), que justifica a "intervenção" do curandeiro.
Outro personagem problemático, e mais nocivo ao resultado pelo fato de ter maior presença no filme, é o borracheiro evangélico com cara de serial killer vivido por Guilherme Fontes. Extremamente caricato, é apenas bobo.
A caricatura é algo próprio do gênero. O desafio é saber dar a ela as inflexões adequadas. O problema também se verifica no sotaque do bairro da Mooca dos três amigos e de seus familiares, ou no arrastadíssimo sotaque carioca dos dois policiais rodoviários.
