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Nova classe média dos Brics é tema de série
Produção acompanha cotidiano de famílias no Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
"Em cinco anos, trocamos de carro três vezes", orgulha-se o patriarca da família Peradin Ribeiro, moradora do Jardim Raposo Tavares, zona oeste de São Paulo.
Eletricista, casado e com os filhos na escola, ele está construindo uma casa e sonha com outra na praia para passar os finais de semana.
Ele é um dos protagonistas de "Brics "" A Nova Classe Média", série que começa a ser exibida nesta segunda (22) no canal pago Band News.
O documentário acompanha uma semana na vida de famílias que ascenderam à classe C nas cinco nações que formam o bloco econômico dos Brics. Além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul completam a sigla.
"São países que não falam a mesma língua, não têm a mesma religião ou moeda, mas estão juntos", diz Carlos Alberto Jr., que assina a direção ao lado de Julia Martins.
"Começamos a perceber como essas diferenças podiam se assemelhar. São famílias que têm os mesmos anseios."
Para localizar personagens que se encaixassem no perfil de nova classe média, a produção contou com o apoio de institutos de pesquisa. Entrevistas com economistas e autoridades costuram as cenas da rotina das famílias.
Para o diretor, o Brasil tem pouca informação sobre o dia a dia das outras nações do Brics. "Não recebemos muitas notícias sobre esses países, só quando há eleições ou algum fato de muito destaque", diz.
"O interessante da série é aproximar o cotidiano deles do público brasileiro."
O diretor afirma que o Brasil, apesar de ainda ter muitos problemas, está bem posicionado em comparação aos colegas do grupo. "Houve um aumento de renda, de crédito e de vagas de emprego que dão uma margem de manobra interessante", afirma.
"Na África do Sul, há muita insatisfação com o desemprego. A China tem uma economia altamente controlada pelo Estado. E, na Rússia, com o fim do comunismo, as pessoas foram lançadas em uma economia de mercado sem qualquer preparação."