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Crítica instrumental

Com 30 parceiros, bandolinista dá lição de amor pela música

CARLOS CALADO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na contracapa do álbum "Som do Bando", uma lista de músicos e arranjadores do primeiro time da música popular brasileira --André Mehmari, Dori Caymmi, Gilson Peranzzetta, Laércio de Freitas e Nailor Proveta, entre outros-- já indica que se trata de um projeto muito especial.

O bandolinista Ronen Altman não deixou por menos ao planejar seu primeiro disco como solista: para as gravações convidou mais de 30 músicos com muitos dos quais já tocou ou gravou durante as últimas décadas.

A produção também foi entregue a dois antigos parceiros: o violonista Swami Jr. e o irmão Helton Altman.

Diferentemente do que se poderia esperar, essa multidão de instrumentistas e arranjadores, com diferentes concepções musicais, jamais compromete a unidade musical do álbum. Presente em quase todas as faixas, um quinteto de sopros garante certa uniformidade sonora.

Altman não é um daqueles músicos exibicionistas, ansiosos por demonstrar sua destreza técnica ao ouvinte. Ao dedilhar seu bandolim, costuma privilegiar o sentimento, as emoções embutidas nas melodias e harmonias do original repertório que escolheu.

Do contagiante samba-choro "Esperando a Feijoada" --com participação do próprio compositor, o guitarrista Heraldo do Monte-- à versão instrumental da sensível canção "Fim do Ano" (de Swami Jr. e José Miguel Wisnik), Altman desfia a cada faixa diversas parcerias e ligações musicais, compondo assim um panorama de sua própria história.

Arranjada pelo pianista Laércio de Freitas, "Turma Toda", do baixista Arismar do Espírito Santo, revela influências jazzísticas e conta com improvisos de ambos.

Em arranjo de Hermeto Pascoal, o "Choro de Amor Vivido", de Eduardo Gudin, também destaca o violão do autor.

Outro craque dos arranjos e composições, o violonista Dori Caymmi comparece com seu vozeirão e suas cordas em "Obsession" (parceria com Gilson Peranzzetta) e "Rio Amazonas", ao lado do flautista Teco Cardoso.

Altman também inclui cinco composições próprias: da valsante "Nanai" (parceria com Celso Viáfora), que destaca a sanfona de Lulinha Alencar, à envolvente "Parafuso", em arranjo do pianista André Mehmari.

Em tempos de vaidades e individualismos extremados, ao reunir tantos parceiros e amigos em seu belo disco de estreia, Altman dá uma lição de humildade e amor pela música.

SOM DO BANDO
ARTISTA Ronen Altman
GRAVADORA Sonora
QUANTO R$ 30, em média
AVALIAÇÃO ótimo
LANÇAMENTO nesta terça (23) às 21h, no bar Mundial, r. Girassol, 354; tel. (11) 3097-9353, entrada gratuita. Show de Ronen Altman com participação de Swami Jr., Arismar do Espírito Santo, Laércio de Freitas e Lulinha Alencar


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