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O selvagem da motocicleta

Roteirista e desenhista Frank Miller leva novamente o universo noir de suas HQs às telas em 'Sin City 2 - A Dama Fatal', que estreia hoje no Brasil

RODRIGO SALEM COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

O desenhista e roteirista Frank Miller, 57, é autor de histórias que inspiraram sucessos cinematográficos como "Batman Begins" e "Wolverine: Imortal". Mas não ganhou um centavo com isso --os direitos de uso dos personagens pertencem às editoras.

"Não guardo nenhum ressentimento por causa disso", afirma ele à Folha. Parte da razão de seu conformismo pode ser conferida a partir desta quinta (25) com a estreia no Brasil de "Sin City 2 - A Dama Fatal".

Este é o segundo filme dirigido por Miller passado em seu universo noir criado quando começou a publicar na Dark Horse, em 1991.

Confiante com o sucesso do primeiro longa da franquia, que rendeu US$ 160 milhões (cerca de R$ 386 milhões) há nove anos, Miller diz que "não voltará às grandes editoras", porque está "guardando tudo para o cinema".

Mas o homem que moldou a fórmula do super-herói realista e bruto que domina a cultura pop atual não descarta um retorno às suas origens heroicas na Marvel, no fim dos anos 1970, época em que salvou o Homem-Aranha das más vendas.

"Estou escrevendo várias histórias, inclusive de super-heróis, mas preciso escolher qual se encaixa melhor para o momento. Algumas delas exigem anos de pesquisa e preparação. Outras, eu uso como se fossem brinquedos, sem muita preocupação."

O artista, que estreou na direção solo com "The Spirit" (2008), conta não assistir aos filmes de super-heróis no cinema. "Tento me manter o mais ignorante possível", afirma. "Só vou ver esses filmes no cinema se [os estúdios] me comprarem um carro."

Paradoxalmente, ele não rejeita a moda das adaptações de quadrinhos que domina as bilheterias. "Tudo que mantenha a indústria saudável é válido", afirma.

"Trabalhos de artistas mais seminais, como os de Jack Kirby, estão sendo transpostos da melhor maneira possível com Capitão América, Vingadores, Homem de Ferro. E todos influenciaram o meu estilo. Tenho consciência disso."

Miller conta que queria ter feito "A Dama" antes. "Mas agora que fizemos o segundo, partiremos para o terceiro rapidamente", diz. Lançado em 22 de agosto nos EUA, "A Dama" fracassou nas bilheterias, rendendo parcos US$ 13 milhões (cerca de R$ 31 milhões) no primeiro mês em cartaz.

"O primeiro Sin City' era sobre personagens primários lidando com a cidade. Agora, eles duelam mais profundamente na história de cada pessoa da trama."

Uma delas, claro, é o grandalhão Marv --Mickey Rourke, 64. Robert Rodriguez, codiretor de "A Dama Fatal", foi o primeiro a acreditar na capacidade do ator em assumir um papel principal no primeiro "Sin City". Agora ele volta à trama protegendo a stripper Nancy (Jessica Alba).

Para evitar uma adaptação sem novidades para quem leu os gibis originais, Miller e Rodriguez acrescentaram ao filme a história inédita de Johnny (Joseph Gordon-Levitt), um misterioso jogador de pôquer que desafia um senador corrupto de Basin City.

"Eu tinha a imagem de um sujeito segurando uma moeda. Juntei isso a um conto sobre uma noite fracassada e Robert topou."

Miller conta ainda que não descarta levar à tela a ficção científica "Liberdade", protagonizada por uma garota americana negra, lançada há 25 anos. "O timing é ótimo e eu amo Martha Washington", diz o desenhista sobre sua heroína, sem perder o jeitão rude. "Mas nada vai mudar no cinema. Não escrevi uma proclamação de emancipação."


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