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Crítica - Ação

Thriller desperdiça drama e talento de Denzel Washington

'O Protetor' começa como trama intimista, mas vira um banho de sangue

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Denzel Washington é um ator com recursos, mas não consegue carregar nas costas um filme cheio de carências como "O Protetor".

Adaptação da série "The Equalizer", exibida pela CBS na década de 1980, o filme marca a retomada da parceria de Washington com o diretor Antoine Fuqua, o mesmo de "Dia de Treinamento" (2001), que lhe rendeu o Oscar de melhor ator.

A meia hora inicial apresenta Robert McCall (Washington), um solitário que trabalha em uma grande loja de material de construção, onde é estimado e respeitado pelos colegas. À noite, como não consegue dormir, vai ler romances clássicos --como "O Velho e o Mar", de Ernest Hemingway, e "Dom Quixote", de Cervantes-- em um café 24 horas do bairro.

Lá conhece outra solitária, a jovem Alina/Teri (Chloë Grace Moretz), uma prostituta que atende ricaços. Nas conversas com ela, ficamos sabendo que Robert tem um passado conturbado e enigmático, mas os detalhes nunca vêm à tona.

Robert sofre de transtorno obsessivo compulsivo, explicitado por pequenos gestos cotidianos como dobrar um guardanapo, distúrbio certamente relacionado com esse passado obscuro. Até aqui, a narrativa é sóbria e temos a impressão de estar diante de um drama intimista.

VIOLÊNCIA

Mas tudo dá uma guinada quando Alina começa a ter problemas com seu proxeneta, que pertence à máfia russa. Daí em diante, a narrativa deixa o intimismo de lado e se torna um thriller de ação dos mais monótonos, com Robert desempenhando o papel de vingador em uma longuíssima sucessão de violência cheia de efusões de sangue.

O personagem perde toda a sua aura de mistério, seus vínculos com Alina desaparecem e a narrativa deixa de avançar para se comprazer no banho de sangue e em dúzias de clichês.

A sensação predominante é de que houve um duplo desperdício: de uma história que começa bem e do talento de um ator carismático.


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