Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Nova aventura traz gênese e futuro de fenômeno juvenil

Escritor Pedro Bandeira retoma os Karas, série de sucesso lançada há 30 anos

'A Droga da Amizade' conta como os garotos do colégio Elite se conheceram e o que viraram como adultos

MARCO RODRIGO ALMEIDA DE SÃO PAULO

Os Karas já derrotaram o crime organizado, terroristas internacionais e oficiais nazistas, mas quase sucumbiram a um obstáculo ainda mais poderoso, os desígnios do criador.

O deus, no caso, é o escritor Pedro Bandeira, 72. Ele nunca caminhou sobre as águas ou transformou água em vinho, mas tem lá seus milagres no mercado editorial.

Há 30 anos criou o grupo secreto os Karas, alunos do colégio Elite que combatiam, com igual fervor, professores autoritários, adultos caretas e criminosos diabólicos.

"A Droga da Obediência" (1984) foi o primeiro livro da turma formada por Miguel, Crânio, Calu, Chumbinho e Magrí (a única garota).

Tornou-se um clássico infantojuvenil, com 1,8 milhão de exemplares vendidos. Os Karas voltaram em outras quatro aventuras, a última delas publicada há 15 anos ("Droga de Americana!"). Pouco depois, Bandeira pensou em destruir seu mundo.

"Quando os Karas foram criados ainda não havia computador pessoal, internet, e-mail, Facebook, celular. Como fazer, em pleno século 21, uma nova estripulia não usando nada disso? E, se eles usassem todas essas modernidades, seriam os mesmos?", interrogou-se por muito tempo o escritor.

Os insistentes pedidos dos leitores por novas tramas acabaram por vencer as reticências de Bandeira, que lança agora "A Droga da Amizade", sexto livro da série.

Ele compôs a história em duas linhas paralelas: em uma conta como os garotos se conheceram, por volta dos 13 ou 14 anos, e formaram os Karas; na outra mostra o destino de cada um, 30 anos depois.

"Em que teriam se transformado depois de adultos? Que profissão teriam? Afinal, quem Magrí escolheu entre Crânio, Miguel e Calu?", comenta o criador, deliciado com seus poderes ilimitados.

Bandeira escreve para crianças e adolescentes desde 1972. Estima-se que já vendeu 30 milhões de exemplares.

Conta ter buscado inspiração nos autores que gostava de ler na juventude, como Agatha Christie (1890-1976) e Robert Stevenson (1850-1894).

Dentre os livros recentes, é fã incondicional de Harry Potter, embora ache difícil um autor brasileiro escrever uma história crível sobre bruxos e vampiros para o público adolescente. "Não fazem parte do nosso DNA. Como faria uma bruxa montada em sua vassoura na av. Paulista?"

Bandeira credita o sucesso dos Karas, livres das mais recentes invenções tecnológicas, ao foco nas emoções humanas. "Em qualquer época, um adolescente sentirá amor, ódio, ciúme, inveja, desespero, esperança, remorso, e desejará ser feliz."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página