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Tombamento é negado, e teatro segue inativo

Imóvel do CIT-Ecum foi comprado por construtora, que planeja erguer condomínio no local

GUSTAVO FIORATTI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo decidiu na terça (30) pelo não tombamento do edifício onde, desde o início de 2013, funcionou o Centro Internacional de Teatro Ecum, sala de espetáculos com uma das programações mais interessantes da cidade.

A análise de tombamento no Conpresp foi aberta após ação de despejo que, em julho, resultou no fechamento do teatro.

O tombamento era visto pelos administradores do CIT-Ecum como uma chance de resgatar a programação que em 16 meses de atividades reuniu 96 espetáculos.

O imóvel, que fica na rua da Consolação, está sendo comprado pela construtora Brookfield, que quer erguer naquele mesmo terreno um novo condomínio.

O Conpresp considerou que, embora mantenha os ladrilhos e sua cobertura originais, o edifício já passou por diversas modificações. Em um estudo, também atestou não haver importância histórica suficiente para o tombamento do conjunto, que pertenceu a uma fábrica de televisores nos anos 1950.

O conselho decidiu também registrar o CIT-Ecum junto a outras 21 companhias teatrais da cidade como bens imateriais da cidade, a partir da constatação de que a continuidade do trabalho desses grupos está sendo ameaçada, entre outras razões, pela expansão da especulação imobiliária, segundo análise de um dos conselheiros.

No entanto, o registro como bem imaterial, na prática, não assegura que grupos como Espaço Brincante, Os Fofos Encenam e Cia. Livre consigam permanecer nos espaços culturais que criaram.

Segundo a presidente do Conpresp, Nádia Somekh, o reconhecimento é só um pontapé inicial. "É preciso agora verificar se há outras formas de proteção, no Plano Diretor, por exemplo", diz.

Para ela, o número "inflacionado" de tombamentos tem resultado em efeito contraditório. "A gente tomba e não consegue proteger quase nada", diz, referindo-se a bens que hoje estão em "decadência física" porque não encontram mecanismos e recursos suficientes para suas preservações.

Conselheiros, um representante da Secretaria Municipal de Cultura e Rudifran Pompeu, presidente da Cooperativa Paulista de Teatro pediram "sensibilização" do setor imobiliário. Apontou-se como possível solução para o conflito investir-se em imóveis de uso misto.

Marcelo Mascagni, arquiteto que representou a Brookfield na reunião, disse que a construtora adota essa filosofia, "mas não necessariamente nesse empreendimento".


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