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Artista belga Arne Quinze abrirá estúdio em SP

Com bases na China e na Bélgica, ex-grafiteiro escolheu o Brasil como próximo destino

KÁTIA LESSA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quem visita a exposição "Made By"¦ Feito Por Brasileiros", no complexo Cidade Matarazzo, que fica no antigo Hospital Umberto 1º, na Bela Vista, observa logo na entrada uma grande instalação feita em madeira pintada da cor laranja.

O trabalho, de 40 m por 30 m de largura e 18 m de altura, é mais uma obra do artista Arne Quinze, 42. "Essa nem é tão grande", diz ele.

Durante a montagem de seu primeiro projeto no Brasil, o belga revelou que a capital paulistana será o destino de seu próximo estúdio. Arne trabalha com duas outras bases para o desenvolvimento de seus projetos, uma em Xangai, na China, e a outra em Ghent, na Bélgica.

"São Paulo é um caldeirão de culturas. Lugar verdadeiramente único, com forte união de culturas, que constitui uma base ideal para a sociedade moderna. Acho natural ter um novo ateliê aqui. A cidade está pronta para abraçar a arte pública como pilar cultural da sociedade", diz.

Data e local do ateliê não foram revelados, mas ele sugere que será na própria Cidade Matarazzo. "Onde será o ateliê? Você está nele", diz. Procurado pela reportagem, o empresário Alexandre Allard, idealizador do projeto, preferiu não comentar sobre assuntos futuros em relação ao espaço.

A ideia do artista é a de usar a cidade para criar um museu a céu aberto. Ele começou como grafiteiro no final dos anos 1980, e em 2006 chamou a atenção mundial ao desenvolver uma instalação gigante chamada Ucronia, no festival Burning Man, em Nevada, nos EUA. A peça foi montada com 150 km de madeira de silvicultura (todo material utilizado por ele tem selo FSC de certificação florestal), e incendiada pelo próprio artista após sete dias.

Arne já espalhou mais de 30 projetos em cidades como Paris, Nice, Beirute, Munique e Miami, e desenvolveu trabalhos ligados à moda, como o elaborado para as vitrines da grife Louis Vuitton.

Para o belga, seus trabalhos exigem uma imersão na área onde a obra será construída. "Pesquiso cada região ao vivo durante algumas semanas. Preciso respirar o ar de cada vizinhança, conhecer as pessoas e suas tradições antes de mobilizar qualquer um dos dez funcionários fixos e 60 colaboradores que tenho ao redor do mundo."

Quando questionado sobre o aspecto mais interessante de sua imersão em São Paulo, ele diz: "Essa é uma cidade muito vibrante. Quase todas as esquinas oferecem novos impulsos. Hoje, ela me faz lembrar de Nova York nos anos 1980. Onde artistas como Scharf, Basquiat, Warhol, Haring e Schnabel tinham liberdade para desenvolver a cultura daquele lugar".


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