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Prêmio Nobel de Literatura será divulgado amanhã

Bolsas de apostas colocam Haruki Murakami novamente entre os finalistas

Dezoito escritores e estudiosos suecos escolhem o vencedor a partir de lista prévia de 210 autores

RAQUEL COZER COLUNISTA DA FOLHA

Entra ano, sai ano, o japonês Haruki Murakami figura entre as primeiras colocações nas bolsas de apostas para o Nobel de Literatura, cujo resultado deste ano será anunciado nesta quinta (9).

O autor de "1Q84" costuma aparecer nessas listas alternando posições com autores como o queniano Ngugi Wa Thiong'o, o sírio Adonis, a bielorussa Svetlana Aleksijevitj e o norueguês Jon Fosse.

O que significa, na prática? Não muito mais que o fato de que os apostadores acham que eles levarão para casa 8 milhões de coroas suecas (R$ 2,67 milhões) pelo conjunto de suas obras. Ou seja: pouco a ver com literatura.

A casa de apostas britânica Ladbrokes, por exemplo, pagava na manhã de terça (7) nove libras para cada duas apostadas em Murakami, o segundo colocado. Ele tinha sido ultrapassado horas antes por Thiong'o, então com apostas valendo sete libras para cada duas investidas.

Quem acredita em azarões, como Bob Dylan (outro eterno concorrente ao Nobel na opinião de quem joga nas bolsas), pode ganhar mais no caso de dar zebra --as apostas em Dylan (vigésimo da lista) pagam 25 libras para cada libra apostada.

Houve anos em que as bolsas acertaram os vencedores.

A última vez foi em 2011, quando Tomas Tranströmer galgou posições em tempo recorde na véspera do anúncio --resultado não de um feeling apurado dos apostadores, mas, provavelmente, de um vazamento de informações.

COMO FUNCIONA

O segredo é levado a sério pelos membros da Academia. Todas as informações relativas às escolhas dos premiados são mantidas em segredo por pelo menos 50 anos.

Afora as especulações, o que se pode afirmar é que nos últimos meses os 18 membros da Academia (escritores e estudiosos suecos) se debruçaram sobre a obra de cinco autores, selecionados por eles dentre 210 indicações recebidas até fevereiro.

O número de indicações deste ano foi revelado na segunda (6) por Peter Englund, secretário permanente da Academia.

Ele informou também que, desses 210 indicados, 36 o foram pela primeira vez --o que imediatamente levou a imprensa especializada sueca a apontar novos nomes nobelizáveis, como a finlandesa Sofi Oksanen e a nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie.

As indicações para o Nobel podem ser feitas por instituições como as academias nacionais de letras ou por indivíduos que a Academia Sueca considere "qualificados".

É comum que os países façam lobby por seus autores --e daí talvez as bolsas de apostas sejam usadas como ferramenta para manter os nomes indicados em evidência. Do Brasil, Ferreira Gullar é o nome que de tempos em tempos volta à baila.


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