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Museu de Gonzagão atrasa e custo estoura

Programado para ser aberto hoje, maior projeto do centenário de Luiz Gonzaga (1912-1989) fica para meados de 2013

Lançado em 2010 pelo então presidente Lula, centro cultural teve orçamento revisto de R$ 26 mi para R$ 62 mi

MATHEUS MAGENTA DE SÃO PAULO LUCAS NOBILE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um museu no Recife dedicado ao rei do baião, Luiz Gonzaga, que faria cem anos hoje, não ficou pronto a tempo das comemorações.

Achados arqueológicos, dificuldades em repasse de verbas e readequações orçamentárias atrasaram a obra -prevista para ser concluída a tempo de integrar as comemorações do centenário de Gonzagão- e redimensionaram seus custos.

Além de um museu interativo à beira-mar, o centro cultural que leva o nome do sanfoneiro terá auditório e oficinas de instrumentos, entre outros atrativos.

A obra só deve ser concluída em agosto de 2013, no 24º ano da morte de Gonzaga.

Em dezembro de 2010, o então presidente Lula lançou o projeto no Recife, num de seus últimos atos antes de deixar o cargo. À época, a obra custaria R$ 26 milhões -R$ 21 milhões sairiam do governo federal e o restante, do governo pernambucano.

Hoje, o orçamento já é de R$ 62 milhões. Ou seja, os custos mais que dobraram.

"A área técnica é diferente do tempo político. Naquela época não havia estudos para precisar o valor. Mas, ainda assim, optou-se por fazer aquele lançamento do projeto", tergiversa Roberto Abreu, secretário-executivo da pasta de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco.

Os custos do projeto saíram do discurso para a ponta do lápis mais precisamente em setembro do ano passado, quando foi aberta a licitação para a construção do Cais do Sertão (fora acervo e instalações). Antes estimada em R$ 26 milhões, a obra foi orçada em R$ 40 milhões.

Iniciada a obra, o consórcio Gusmão/Concrepoxi (vencedor da licitação) encontrou as primeiras dificuldades entre janeiro e fevereiro deste ano. Entre elas, achados arqueológicos paralisaram a obra por quase 45 dias.

Escavações detectaram vestígios de uma muralha do século 17, um canhão, garrafas, correntes. Os imprevistos na obra elevaram seu custo para R$ 46 milhões.

MUSEU INTERATIVO

O Cais do Sertão é um entre os diversos eventos da comemoração do centenário de Luiz Gonzaga, que inclui shows, lançamentos de livros e de discos.

Em construção no porto do Recife, o Cais do Sertão terá 7.500 m² de área para abrigar museu, auditório, oficinas de instrumentos e biblioteca, entre outras instalações.

A curadoria do espaço ficou a cargo da socióloga e documentarista Isa Grinspum Ferraz, responsável pelo projeto do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.

"A curadoria e todos os roteiros estão prontos. Falta agora a contratação dos profissionais para a produção física. O governador Eduardo Campos achou melhor não inaugurar o museu agora, de maneira precária."

Interativo, o projeto prevê objetos misturados a projeções, karaokês sertanejos e o acesso virtual a acervos de outros museus dedicados a Gonzaga, como o de Exu (PE), cidade em que ele nasceu.

O acervo, antes estimado em R$ 7,5 milhões, agora deve custar R$ 16 milhões.

Em dois anos, a participação financeira do governo pernambucano passou de quase R$ 5 milhões para R$ 20 milhões -tendo em vista as estimativas mais recentes.

Para viabilizar o projeto redimensionado, a bancada pernambucana na Câmara conseguiu aprovar uma emenda de R$ 30 milhões no orçamento federal deste ano.

Os recursos, alocados no Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), vinculado ao Ministério da Cultura, porém, ainda não foram liberados pelo Ministério da Fazenda. O risco é que a emenda precise ser renegociada para 2013.


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