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Curtas de Chaplin têm anarquia e paixão
Produções abordam o mundo do trabalho
O volume 15 da Coleção Folha Charles Chaplin chega às bancas e livrarias no próximo domingo, dia 23. O carro chefe do livro-DVD é "Os Amores de Carmen", mas outros seis curtas estão incluídos.
Todos eles foram produzidos entre 1915 e 1916, durante a temporada de Carlitos no estúdio Essanay.
Os filmes tiveram grande sucesso comercial na época, a ponto de gerar atritos entre Chaplin e seu empregador. O final da relação foi marcado por brigas judiciais e acusações de lado a lado.
Em todos os curtas, a estrela feminina continua a ser Edna Purviance. O fato é que, à época, Chaplin relacionava-se com a atriz também fora das telas.
No filme que dá nome ao volume, Edna interpreta uma cigana boêmia, que sensualiza e conquista a todos com sua dança, incluindo Chaplin. Trata-se de uma paródia da ópera "Carmen", do compositor francês Georges Bizet.
"Carlitos Limpador de Vidraças" tem seu auge em uma inesquecível perseguição e numa briga que ganha proporção e só acaba com a destruição de todo o cenário.
Também causa riso a cena em que o vagabundo, tal qual um animal de carga, é vencido pelo peso da carroça que puxa com seus braços e oscila para cima e para baixo, ao sabor da gravidade.
Sentado na carroça está o patrão explorador. O tema aqui é o conflito de classes, que voltará a aparecer em "Tempos Modernos" (1936).
O elemento anárquico também aparece em "A Senhorita Carlitos". Aqui, o ator veste-se de mulher para escapar de apuros com o pai de uma garota, que acaba flertando com ele.
Já "Carlitos no Teatro" reforça a integração entre atores e plateia -uma crença do diretor- ao fazer a confusão que Chaplin causa na plateia subir ao palco do espetáculo em curso.
Em "Carlitos Marinheiro", o personagem vive confusões a bordo de um navio. Aqui, a improvisada oscilação da câmera remete ao balanço do mar em dia de tempestade. A necessidade opera milagres.
O mundo do trabalho também está presente em "O Banco", em que Chaplin interpreta um faxineiro atrapalhado.
O volume 15 é fechado com "Carlitos à Beira-Mar".
