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Carminho, estrela do fado, canta em SP

Artista portuguesa de 28 anos faz sucesso com gênero tradicional e divide microfone com ídolos brasileiros em CD

Sesc Belenzinho recebe shows hoje e amanhã; no domingo ela se apresenta com o cantor Milton Nascimento

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

Maria do Carmo de Carvalho Rebelo de Andrade, 28, cantora portuguesa. O tipo mignon justifica o apelido e nome artístico. Carminho é hoje uma estrela da música de Portugal cantando fado.

E bem tradicional.

"Não tenho pretensões de modificar o fado, ele é muito maior do que eu. Canto o que eu gosto, o que quero mostrar para as pessoas", conta Carminho. Hoje, no caso, essas pessoas são os paulistanos. Ela dá show no Sesc Belenzinho, que se repete amanhã.

No domingo participa da apresentação de Milton Nascimento no Sesc do Carmo. Na segunda, vai ao Rio para dois shows na mesma noite, no Miranda.

O encontro com Milton é mais um capítulo na relação dos dois, iniciada quando ele procurou cantores jovens para participar de um show dele em Lisboa.

"Alma", segundo disco de Carminho, é lançado agora no Brasil com três faixas extras com brasileiros dividindo vocais com ela: Milton em "Cais", Nana Caymmi em "Contrato de Separação" e Chico Buarque em "Carolina".

"Vim ao Rio neste ano gravar com esses gigantes da música e foi maravilhoso. Nana me tratou como uma neta, uma generosidade incrível", afirma a cantora.

"Os três me deixaram entrar em suas canções. Fazer cover é como visitar a casa de alguém enquanto está vazia. Fazer um dueto é estar na casa junto da pessoa, vivendo intensamente a experiência."

Carminho se diz encantada com a amizade conquistada junto aos três. "São conversas inspiradoras. É emocionante ouvir essas vozes que escuto no rádio desde sempre contando histórias, dizendo meu nome. Meio esquizofrênico, sabe?"

"Alma" tem canções pop que não são fado, um gênero de "regras rigorosas", como ela diz. O primeiro disco, "Fado", de 2009, é exatamente o que diz seu título, só de canções encaixadas na tradição.

Ela admite gravar no futuro um álbum totalmente dedicado a outros estilos. "Não me sinto enclausurada no fado. Canto desde menina, mas quero coisas novas."

Filha da fadista Teresa Siqueira, Carminho conta que relutou bastante antes de seguir carreira. O fado era algo tão natural em casa que ela custou a perceber que cantá-lo poderia ser uma profissão.

Estudou marketing e viajou por vários países. "Estava demasiadamente fechada em meu país, na boa condição que tinha, na família, e isso me protegeu muito do mundo real. Tive de ir até ele."

Ela fez trabalho voluntário na Índia e no Cambodja, buscando desprendimento.

"Transmitir emoções é o que move a dádiva que é cantar. E eu tinha pouco para dar, fui atrás disso. Não poderia gravar um disco ou começar uma carreira com tão pouco."


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