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Crítica / Biografia

Chato e confuso, livro tenta faturar na "larssonmania"

Arremedos da vida do autor da série "Millennium" são inseridos a fórceps na obra

ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA

Stieg Larsson morreu sem saber que seria famoso. Em 2004, o jornalista sueco sofreu um ataque do coração ao subir sete lances de escada para chegar a seu escritório.

Logo depois, foram descobertos manuscritos de três livros policiais que ele havia deixado: "Os Homens que Não Amavam as Mulheres", "A Menina que Brincava com Fogo" e "A Rainha do Castelo de Ar".

Lançados como parte da série "Millennium", venderam cerca de 60 milhões de cópias em todo o mundo. Um dos maiores fenômenos editoriais dos últimos anos.

A exemplo de Elvis Presley, Kurt Cobain, Michael Jackson e tantos outros campeões de venda que partiram cedo, Stieg Larsson continua a ser explorado comercialmente, mesmo depois de sua morte.

Foram lançados volumes de suas reportagens sobre movimentos neonazistas na Suécia, além de livros de análises de sua obra de ficção e diversas biografias, uma delas escrita por sua companheira, Eva Gabrielsson.

"Stieg Larsson - A Verdadeira História do Criador da Trilogia Millennium", do jornalista sueco Jan-Erik Pettersson, é mais uma tentativa de faturar na onda da "larssonmania".

Pettersson já abre o livro com um aviso: "Esta não é uma biografia convencional. É um livro sobre a pessoa pública de Stieg Larsson [...], sobre a interação de sua vida e obra com a sociedade como um todo".

PROLIXO

O que ele fez, na verdade, foi escrever sobre a sociedade sueca dos últimos 60 anos e tentar inserir na narrativa, muitas vezes a fórceps, arremedos da biografia de Stieg Larsson. O resultado é um livro chato, prolixo e confuso.

Se você não é sueco ou não tem particular interesse pela geografia do país, certamente vai bocejar com passagens como "Chegamos a Skelleftea, cidade onde os pais de Stieg foram criados [...]. De Skelleftea, saem estradas para Boliden, Jörn, Bastutrask e Norsjo".

Larsson foi um jornalista combativo, mas não teve uma vida tão espetacular assim.

Tanto que, em vários trechos da biografia, Pettersson simplesmente esquece Larsson e faz longas considerações sobre passagens da história sueca.

Um dos poucos trechos de algum interesse surge no fim do livro, quando o autor faz um resumo da rica história da literatura policial sueca.

Se isso servir para o público brasileiro pelo menos redescobrir a obra de Sjöwall e Wahlöö, casal de autores que teve relativo sucesso no Brasil com "Massacre em Estocolmo" e "Roseanna", seria pelo menos um consolo.


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