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Crítica / Drama

"Azul Profundo" não oferece nada além da beleza das imagens

Raro filme grego a estrear comercialmente, trabalho de Aris Bafaloukas tem uma conclusão banalíssima

CÁSSIO STARLING CARLOS CRÍTICO DA FOLHA

Filmar a espera ou o vazio sem se tornar oco é trabalho para cineastas conscientes de como e do que querem dizer. "Azul Profundo", raro exemplar do cinema grego a estrear comercialmente, demonstra os limites do cinema de autor quando esse mergulho não oferece nada além da ênfase enfadonha num estilo, na beleza rasa das imagens.

O primeiro longa do diretor grego Aris Bafaloukas narra as desventuras de Dimitri, um jovem nadador, que namora Elsa, militante do Greenpeace.

A concentração dele nos treinos para melhorar a performance e conquistar um patrocínio não se ajusta com a dedicação dela em combater, longe de casa, as ameaças ao meio ambiente. Num remoto pano de fundo, a crise econômica na Grécia abala a estrutura familiar.

A partir do momento em que Elsa desaparece, o drama focado no relacionamento em crise se transforma em suspense, que o exercício de apneia, ao qual se refere o título original, pretende simbolizar.

O sumiço de alguém já foi motivo -de "A Aventura" a "Procurando Elly"- para filmes densos que revelavam muito mais dos valores e dos poços sem fundo existenciais quanto menos se elucidava o mistério.

Aqui, o quebra-cabeças se resume a combinar fragmentos do passado a situações do presente e serve, no máximo, para adiar, sem necessidade, a conclusão banalíssima.

Enquanto espera, resta ao público apreciar o vaivém dentro d'água do peixão Sotiris Pastras, o ator que parece concentrar o único interesse do diretor do filme.


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